Resenha | Melhor do que nos filmes

“Minha herança foi saber que o amor está sempre no ar, é sempre uma possibilidade e sempre vale a pena.” ―  Lynn Painter, Melhor do que nos filmes

Depois de uma jornada intensa lendo Fourth Wing, resolvi ler um romance pra espairecer e escolhi Melhor do que nos filmes, que eu já tinha visto algumas pessoas recomendando nas redes sociais.

E meus amigos, que livro FOFO! Levei um tempo pra me cativar pela história, já que saí de um livro super complexo e caí de paraquedas em um romance de adolescentes no ensino médio, cheio daqueles dramas típicos que estamos acostumados. Mas depois que engatei, devorei a história como se minha vida dependesse disso.

O livro conta a história da Elizabeth Buxbaum (mais conhecida como Liz), uma adolescente que perdeu a mãe quando era muito jovem e desde então tornou-se uma verdadeira fanática por filmes de comédia romântica, algo que herdou da mãe, com quem os assistia quando era criança.

Ela é diferente da maioria das garotas da sua idade (afinal, ela é a protagonista, né?), usa vestidos floridos, sapatos de boneca e seu ideal de diversão é passar as noites sozinha, comendo pipoca e assistindo seus preciosos filmes. Além disso, é uma romântica incorrigível que acredita que algum dia irá encontrar o “cara ideal” e ser feliz para sempre.

E esse cara ideal com certeza não é seu vizinho. O terrível, mas absurdamente lindo Wesley Bennett, que mora na casa ao lado de Liz desde que os dois eram crianças e dedicou boa parte da sua vida em tornar a de Liz miserável, podia ser amado e querido por todos a sua volta, mas com certeza não por Liz (como alguém viciado em comédia romântica não percebeu pra onde isso aqui estava indo?).

Quando Michael Young, um amigo de infância de Wes e Liz, volta para a cidade depois de anos morando no Texas, a protagonista vê seu retorno como um sinal, já que o garoto foi seu primeiro amor e se encaixava perfeitamente no papel de “cara ideal” que ela construiu com o passar dos anos.

Porém, Michael continua vendo Liz como a criança que brincava de pique-esconde com ele anos atrás e não como uma jovem atraente e possível par romântico. É aí que entra nosso enredo principal. Liz decide pedir ajuda a Wes para conquistar Michael e convencê-lo a convidá-la para o baile de formatura.

E é aí que a diversão começa! Melhor do que nos filmes nos presenteia com um enemies to lovers unilateral maravilhoso, já que a gente sabe que o menino que irrita a menina na verdade nunca odiou ela de verdade, né? E ao mesmo tempo nos cativa com momentos profundos em família, aborda de uma forma muito delicada a questão do luto e de como ele muda a vida das pessoas, além de explorar a amizade e a mentalidade adolescente em sua forma mais pura, com todo o caos, a incerteza e é claro, os hormônios.

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Resenha | Fourth Wing

“A dragon without its rider is a tragedy. A rider without their dragon is dead.”― Rebecca Yarros, Fourth Wing

No final de 2023, próximo do lançamento de Iron Flame, continuação de Fourth Wing, essa jornalista que vos fala foi influenciada por uma youtuber gringa a mergulhar de cabeça em um livro de quase 600 páginas, em inglês (a tradução oficial só vai ser lançada no Brasil em março/2024).

Decidi que essa seria a minha primeira leitura de 2024 e que forma incrível de começar o ano! Fourth Wing é o primeiro de cinco livros da série Empyrean, da escritora Rebecca Yarros. O primeiro foi lançado em abril de 2023 e o segundo em novembro. Ou seja, se você entrar nesse universo agora, vai ter que esperar um pouco pra saber o restante da história, assim como eu e milhares de pessoas ao redor do mundo (eu sei, não é fácil).

Em Fourth Wing nós embarcamos em uma jornada mágica, em um mundo onde dragões, grifos e magia são reais e onde adolescentes são treinados em uma escola especial para se tornarem “montadores/cavaleiros” de dragões.

Na escola chamada Basgiath, localizada no reino de Navarre, esses jovens passam diariamente por desafios de vida ou morte e apenas os mais fortes tem a oportunidade de serem escolhidos por dragões, os quais possibilitam que seus escolhidos se tornem capazes de usar magia.

Nossa protagonista, Violet Sorrengail, treinada durante toda a sua vida para ser uma escrivã, se vê obrigada pela mãe, a General Lilith Sorrengail, a entrar para o quadrante dos montadores de dragões, sem qualquer treinamento ou aviso prévio. A partir daí, acompanhamos a evolução da personagem, de alguém cuja única força era sua inteligência, para uma das maiores guerreiras de Navarre.

Além de Violet, outro grupo de alunos também é obrigado a entrar para o colégio de guerra: os “marcados”. Eles são os filhos dos rebeldes, filhos dos líderes que há anos tentaram derrubar os líderes de Navarre, causando milhares de mortes. Todos possuem marcas no corpo, como tatuagens, feitas com o intuito de destacá-los entre os demais. Entre eles está o líder da Quarta Ala (Fourth Wing) Xaden Riorson, filho do líder da rebelião e o montador mais poderoso da sua geração.

Todos os personagens de Fourth Wing são incrivelmente bem trabalhados, desde os protagonistas até cada um de seus colegas e amigos. O livro é intenso, tem muitos nomes pra decorar, um mapa complexo, descrições mega detalhadas que exigem toda a nossa criatividade, mas vale a pena cada segundo!

Fourth Wing é uma montanha russa de medo, terror, dor, pânico, paixão e muito poder! Isso que eu nem falei dos dragões, que eu achei que seriam apenas secundários e acabaram sendo alguns dos melhores personagens do livro.

Se você estiver pronto pra mergulhar de cabeça em um universo do qual você nunca mais vai querer sair, não perca mais tempo e comece a leitura AGORA! Eu estou com o segundo livro engatilhado, mas como o terceiro só está previsto para dezembro/2024 acho que vou esperar um pouco, porque o luto já está grande demais apenas lendo o primeiro.

ps: o livro tem bastante hot, então se for menor de idade: NÃO LEIA! Obrigada.

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

 

Resenha | A pequena padaria do Brooklyn

“Ser corajoso é reconhecer seus limites e se arriscar mesmo assim” – Julie Caplin ( pequena padaria do Brooklyn)

Após cair de amores pelo primeiro livro da série Destinos Românticos: O Pequeno Café de Copenhague, corri de braços abertos para o livro dois: A Pequena Padaria do Brooklyn, protagonizado pela nossa já conhecida Sophie Benning, uma jornalista inglesa especializada em culinária.

Essa história se passa após O Pequeno Café de Copenhague e nos mostra uma Sophie de coração partido após descobrir que foi enganada por anos pelo namorado e que decide agarrar com unhas e dentes a oportunidade de fazer um intercâmbio de trabalho por seis meses em Nova York.

Ela chega nos Estados Unidos sem rumo algum, sem saber quem é, o que gosta ou o quer, exatamente da forma como todos se sentem após terminar um relacionamento longo e que supostamente iria durar ‘para sempre’. Mas isso começa a mudar quando ela conhece Bella, a locatária do seu apartamento e dona de uma padaria cheia de charme no mesmo prédio.

Bella também acontece de ser prima de um dos colegas de trabalho de Sophie, o garanhão, colírio para os olhos, homem mais popular de NYC, também conhecido como Todd. Desde que Sophie e Todd se conhecem algo é deixado muito claro: ELA NÃO DEVE (NÃO PODE!) SE APAIXONAR POR ELE! Um tipo bem clássico de romance que eu A-M-O, a trupe da menina diferente de todas as outras que pode consertar todos os traumas do mocinho.

Com o passar dos meses os dois acabam virando amigos, Todd se disponibiliza a mostrar a cidade pra Sophie, os dois ajudam Bella com frequência na padaria, Sophie vira a dupla de lei de Todd em todos os eventos sociais de trabalho, etc etc. Tudo como amigos…

Até que um dia isso muda. Um pequeno gesto vira o mundo dos dois de ponta cabeça e ambos se encontram enfrentando dilemas, traumas, medos e precisam de muita coragem pra superar suas diferenças.

Esse é um livro leve, mas ao mesmo tempo cheio de gatilhos quando se trata de relacionamentos e principalmente pessoas dramáticas haha por muitas vezes eu quis pegar o Todd pelos ombros e esbofetear o bom senso pra fora dele, mas infelizmente não era uma possibilidade.

Assim como o primeiro livro da série, esse te faz mergulhar de cabeça no destino escolhido, Nova York, o Brooklyn. Te faz viajar com as descrições precisas dos aromas, os detalhes da padaria e das noites em claro de Bella e Sophie fazendo bolinhos. É um livro encantador, mágico até.

Nota: 9/10 ⭐

Resenha | The Housemaid’s Secret (A Empregada 2)

“Eu sempre ajudo. Eu nunca, NUNCA consigo virar as costas, mesmo quando eu deveria.” ― Freida McFadden, The Housemaid’s Secret

O livro The Housemaid’s Secret (tradução livre: O Segredo da Empregada) foi lançado em julho de 2023 e por esse motivo ainda não possui versão traduzida para português, porém, após ler o primeiro livro eu não consegui aguentar e mergulhei de cabeça na minha primeira leitura em inglês EM ANOS!

Eu já li alguns thrillers muito bons na vida, mas nada chega aos pés do que a autora Freida McFadden atingiu com esses dois livros (leia aqui a resenha do primeiro livro: A Empregada).

Após ler A Empregada eu confesso que não fiquei tão empolgada com a continuação, porque na minha cabeça não tinha como fazer aquela história e aquela personagem render muito mais do que aquilo. Inclusive lembro que pensei “ah, agora que já sabemos a fórmula, provavelmente será a mesma no próximo”. Que inocência da minha parte!

Em The Housemaid’s Secret acompanhamos novamente nossa protagonista Wilhelmina “Millie” Calloway se metendo em confusão. Anos após ter saído da casa de Nina e de ter ‘acidentalmente’ matado seu chefe abusador, Millie tenta levar uma vida normal, está cursando Serviço Social na faculdade e trabalhando como empregada e babá. Por mais que as coisas sejam difíceis, ela está segurando as pontas e tentando se manter fora de encrenca.

Porém, isso não dura muito tempo e após perder seu emprego ela acaba sendo contratada pelos Garricks para limpar seu apartamento luxuoso em Manhattan, além de cozinhar e fazer outras tarefas da casa.

Já no primeiro dia Millie percebe que algo está errado na casa dos Garricks. Wendy, a esposa do homem milionário que a contratou, nunca sai do quarto, e Millie escuta constantemente barulhos estranhos vindo do aposento.

Os Garricks tem um segredo e Millie não vai descansar até desvendá-lo.

Se você está esperando qualquer coisa meramente semelhante ao primeiro livro, faça um bom chá, escolha um lugar confortável pra sentar e prepare-se para a maior surpresa literária que vocês vão ter esse ano.

Nota: 10/10 ⭐

Resenha | Coraline

“Ser corajoso não signifca não ter medo. Ser corajoso significa estar com medo, muito medo, mas mesmo assim fazer o que é certo” – Neil Gaiman, ‘Coraline’

Coraline (2009) é um dos meus filmes de Halloween preferidos da vida! Porém eu só descobri recentemente que o longa é uma adaptação de um livro escrito pelo autor Neil Gaiman e publicado em 2002.

Me apaixonei pela versão ilustrada da editora XXX, porém, como vou me mudar e não posso mais comprar livros físicos, acabei lendo a mesma versão, porém no Kindle (assim consegui ver as ilustrações incríveis, mas é claro que não foi a mesma coisa).

Confesso que foi uma leitura demorada e arrastada, pelo fato do livro ser EXATAMENTE como o filme, parecendo inclusive um roteiro do mesmo, então o leitor acaba não se surpreendendo em nenhum momento durante a leitura, mas isso não torna o livro ruim, de forma alguma, apenas repetitivo pra quem já viu o filme milhares de vezes.

No filme temos o personagem Wybie, que acaba se tornando amigo de Coraline e exerce um papel fundamental no desenvolvimento do enredo. Porém, esse personagem não existe no livro e Coraline passa todo o tempo apenas com o gato, a srta. Spinky e a srta. Forcible.

Além disso, achei a personagem muito mais sagaz, inteligente e menos ‘chata’, digamos assim, no livro do que no filme. Mas ela realmente age mais como uma criança de verdade agiria no filme do que no livro. No livro ela resolve todos os problemas e sai de todas as enrascadas sozinha, sem a ajuda do Wybie, que no filme é responsável por salvá-la diversas vezes.

Fora esses pequenos apontamentos, tenho quase certeza que todas as cenas do livro estão na adaptação cinematográfica (vou ter que re-assistir pra confirmar) e arrisco dizer que o filme de 2009 é uma das melhores adaptações de livros que eu já vi, tendo se aprofundado ainda mais na história do que o livro, o que é algo raro.

Nota: 6/10⭐

Resenha | Vermelho, Branco e Sangue Azul

“Às vezes você simplesmente pula e torce para que não seja um penhasco.” – Vermelho, Branco e Sangue Azul

Depois de muito ouvir sobre essa história que conquistou o mundo no último ano, finalmente li Vermelho, Branco e Sangue Azul (li em um dia, alguns dias após a adaptação estrear no Prime Video). E que surpresa agradável!

Pra quem não conhece, Vermelho, Branco e Sangue Azul conta a história de amor improvável entre Henry, o príncipe da Inglaterra, e Alex Claremont-Diaz, o filho da presidenta dos Estados Unidos.

Fazia muito tempo que eu não me sentia tão cativada quanto me senti por esses dois personagens, que são desenvolvidos de uma forma tão leve, gostosa e intensa ao mesmo tempo. Eles são cheios de camadas, cada um possui seus próprios dilemas na vida e ambos se encontram encurralados diante desse amor que tem tudo pra dar errado.

Ele começa com um enemys to lovers de qualidade, o que me ganhou já de primeira, e se desenvolve para um dos romances mais puros e lindos que eu já tive o prazer de testemunhar (por meio de palavras haha).

Pra quem viu o filme e não leu o livro, a essência é a mesma, porém temos algumas diferenças bem importantes. No livro temos um aprofundamento na descoberta do Alex como bissexual, algo que já está mais esclarecido na adaptação, mas é de extrema relevância no livro. Também temos mais personagens, que acabam enriquecendo a história, como a irmã mais velha do Alex, a June, o senador Rafael Luna, que é uma grande inspiração para o Alex no mundo da política e acaba se tornando uma peça chave na trama principal, e é claro, a mãe do príncipe Henry, que desempenha um papel relevante quando o príncipe precisa enfrentar a rainha (sim, no livro temos uma rainha).

A estrutura familiar do Alex foi completamente alterada no filme, o que eu acho que tirou um pouco da profundidade do personagem, já que no livro seus pais são divorciados, o que desencadeia diversas discussões e reflexões, e ele também tem a irmã mais velha, que sempre foi um alicerce na sua vida.

O trio da casa branca (Alex, June e Nora, a neta do vice-presidente), fizeram muita falta no filme também. Entendi a ideia de unir as duas personagens femininas em uma só, mas achei que de toda forma a Nora do filme foi zero relevante pra história, o que é bem triste quando comparado com o livro.

Essa resenha virou uma comparação entre filme e livro, mas vamos fazer o que, não é mesmo? Vamos considerá-la como uma espécide de: VALE A PENA LER O LIVRO SE EU JÁ VI O FILME? E a resposta é: SIM!

O livro é muito mais profundo, aborda temas mais relevantes, os personagens tem mais camadas e são mais bem explorados, assim como o passado dos protagonistas. As cenas de drama são MUITO MAIS TRISTES (chorei de soluçar) e o livro também tem muito mais política, algo que foi completamente deixado de lado na adaptação. E pra encerrar a resenha e a comparação: o final do livro é muito mais fechadinho e satisfatório para os fãs do casal!

Com certeza um dos melhores romances da minha vida e o defenderei até o final. HISTÓRIA, HEIN?

Nota: 10/10 ⭐

Resenha | A Empregada

“Ele não faz ideia de que isso é só o começo.” A Empregada, Freida McFadden

Quero começar essa resenha dizendo que A Empregada é com certeza o melhor livro de suspense que eu já li na minha vida (eu não devo ter lido mais de três, mas vocês conseguiram pegar a ideia, certo?).

O livro conta a história de uma jovem de 27 anos chamada Millie, que após passar 10 anos na cadeia e passar por altos e baixos para arrumar um trabalho, acaba sendo contratada como empregada de uma família muito rica. Nesse novo emprego ela é responsável por, bem, absolutamente tudo: cozinhar, limpar, fazer as compras, cuidar da filha dos patrões e qualquer outra função ordenada pela sua chefe Nina.

Outro ponto muito importante aqui é que Millie passa a viver na casa dos chefes, em um pequeno quarto no sótão, anteriormente utilizado como depósito.

Tudo parece estranho na casa dos Winchester desde o dia um. Nina, esposa, mãe e chefe de Millie, é uma pessoa completamente instável. As vezes é simpática, as vezes um pesadelo, manda a empregada fazer coisas e depois diz que não mandou, é um pesadelo na terra.

Com o passar dos meses Millie começa a descobrir a sujeira jogada pra baixo do tapete da família Winchester e a se questionar se está segura vivendo nessa casa.

Esse livro tinha tudo pra ser um suspense clichê, tudo parece tão óbvio, tão evidente, até que em exatamente 50% da leitura as coisas começam a mudar drasticamente e a realidade é muito diferente e MUITO PIOR do que vocês podem imaginar.

O livro é eletrizante e envolvente do início ao fim. Me peguei inúmeras vezes falando “NÃO É POSSÍVEL!”, porque essa história é simplesmente uma das coisas mais criativas, inteligentes e surpreendentes que eu já tive o prazer de ler.

Recomendo de olhos fechados!

Nota: 10/10 ⭐

Resenha | O Pequeno Café de Copenhague

“O bom dos erros é que você pode consertá-los.” – Julie Caplin (O pequeno café de Copenhague)

Após perder a promoção que tanto almejava para um colega de trabalho, que era também seu atual ‘namorado’, Kate recebe a oportunidade de atender um cliente da Dinamarca que está abrindo uma loja em Londres.

Ao fisgar o cliente, a nossa Relações Públicas favorita precisa viajar com um grupo de seis jornalistas para a capital da Dinamarca, Copenhague, como parte do plano de marketing do cliente. E essa viagem acaba se tornando muito mais do que apenas negócios!

Preciso começar falando como amei o fato de o livro abordar profissões da minha área (sou jornalista por formação), porque esse detalhe permitiu que eu me conectasse muito mais com a rotina de trabalho e os dilemas profissionais.

Mas fora esse pequeno detalhe, particular meu, o que esse livro mais tem são pontos positivos.

É um romance leve, gostoso, que migra de uma rotina competitiva de trabalho na cidade grande para uma viagem cheia de descobertas e turismo e ainda mistura tudo isso, obviamente, com romance na medida certa.

O romance aqui é o meu tipo preferido. É um enemys to lovers leve, que evolui de uma forma natural e não se arrasta por metade do livro. O casal tem seus problemas, mas trabalham nos seus sentimentos e resolvem os conflitos, não ficam se lamentando e trazendo mais drama do que o necessário para situações que podem tranquilamente ser resolvidas. ELES RESOLVEM! A protagonista também tem seus dramas internos, mas eles só são apresentados para que a gente possa vê-la os superando.

Eu não tenho palavras pra descrever como amei o elenco secundário, principalmente os seis jornalistas e Eva, a dona do café de Copenhague que se tornou uma personagem tão importante na história. Esse livro é cheio de personalidade, personagens cativantes, ele te dá um quentinho na alma e te deixa com aquela vontade de viajar, fazer amigos e tomar uma xícara de café.

Eu li o livro de 352 páginas em 2 dias e sinceramente não tenho nenhum apontamento negativo. Ele se tornou com muita tranquilidade a minha leitura favorita de 2023 até o momento.

Nota: 10/10 ⭐

Resenha | A Razão do Amor

“Estou começando a me perguntar se isso é estar apaixonada. Aceitar se rasgar em pedaços para que a outra pessoa possa ficar inteira.” – A Razão do Amor

A Razão do Amor é mais um daqueles livros que se tornou fenômeno no Tiktok e consequentemente acabou chegando até mim. É o segundo romance da autora Ali Hazelwood que se passa no meio acadêmico (ainda não li A Hipótese do Amor).

Enquanto lia A Razão do Amor vi muitas críticas no youtube de pessoas afirmando que ele seria apenas “uma cópia barata” de seu antecessor e que não valia a pena a leitura. Porém, como eu não li A Hipótese do Amor, minha opinião não irá se basear em comparações.

A Razão do Amor (título original: Love on the brain, que faz MUITO mais sentido), conta a história da neurocientista Bee Königswasser, que conquista uma vaga mega concorrida para trabalhar em um projeto da Nasa.

Porém, junto com a boa notícia veio uma ruim: ela teria que trabalhar lado a lado com o engenheiro Levi Ward, seu arqui-inimigo da faculdade.

Como vocês podem imaginar, esse é um romance enemys to lovers, onde os protagonistas começam inimigos e acabam se apaixonando, e já acho importante ressaltar que é um SUPER slow burn, ou seja, as coisas evoluem MUITO, MUITO devagar.

Gostei muito do estilo da escrita em primeira pessoa, da construção dos personagens e seus passados, assim como a construção da relação dos protagonistas, que foi lenta, mas muito detalhada, mostrando como eles tinham absolutamente tudo a ver um com outro. Porém, uma coisa pesou muito nesse livro para que eu não avalie ele de forma tão positiva: a Bee, sim, a protagonista.

O livro é narrado por ela, então o fato de ela ser completamente insuportável não torna a leitura muito fácil. Bee sofreu muitos traumas durante sua vida, como ter perdido os pais muito cedo, nunca ter tido um lar fixo e ter sido traída pelo ex-noivo, porém, nada disso explica o quanto ela deixou todos esses eventos empacarem a sua vida, principalmente amorosa. E os desmaios repetitivos e excessivos, AH, um porre!

Como uma adulta bem resolvida e com a terapia em dia, eu só queria dar uns bons tapas na cara dela e falar “MULHER, ACORDA PRA REALIDADE!“. A forma como ela simplesmente decidiu parar de viver por conta de coisas do passado e toda a negação da parte dela em relação ao Levi me deixaram realmente anojada.

Fora esse pequeno detalhe, arrisco dizer que Levi é um dos personagens masculinos mais bem construídos que já vi em um romance, com personalidade, carinhoso, inteligente e gato, é claro! Os personagens secundários como a irmã gêmea da Bee, Rocío, Kaylee e Guy também ganham destaque como uma parte positiva do livro, já que todos foram muito bem construídos.

Também gostei bastante da forma como a autora incluiu o Twitter na história, como uma forma das mulheres do meio da ciência lutarem pelos seus direitos. Foi uma jogada interessante.

Sobre as cenas quentes do livro: elas não são muitas, mas são ÓTIMAS! Muito bem escritas e sem nada constrangedor ou estranho como vemos em alguns livros adultos.

Dito isso, eu avaliaria esse livro com uma nota 6/10 ⭐, quatro estrelas removidas por toda a raiva que a protagonista me fez passar. Agora estou ansiosa para ler A Hipótese do Amor, que todos falam ser muito superior!

E você, já leu esse livro? E se sim, o que achou?

Resenha | Flores para Algernon

“Não sei o que é pior: não saber o que você é e ser feliz, ou se tornar o que sempre quis ser e se sentir sozinho” – Flores Para Algernon

Ainda estou procurando as palavras para falar desse livro. Ao mesmo tempo em que achei uma leitura arrastada e em partes monótona, devo admitir que ela me levou a reflexões que eu jamais teria por conta própria.

Flores Para Algernon é escrito em primeira pessoa, por meio de relatórios feitos por um homem chamado Charlie. Charlie nasceu com uma grave deficiência intelectual, o que o impedia de compreender o mundo como ele realmente era e de operar como um ser humano normal. Porém, ele possuía um diferencial quando comparado com os outros adultos “retardados”: ele queria ser inteligente.

Até que um dia seu desejo se torna realidade quando Charlie é escolhido como cobaia para uma cirurgia revolucionária que aumentaria seu QI.

Eu confesso que amei a forma como o autor utilizou da escrita para demonstrar as fases pelas quais Charlie passa durante a história. No início, os relatórios são cheios de erros de gramática e sem frases muito elaboradas. Após a cirurgia, enquanto Charlie aumenta seu QI em uma velocidade exorbitante, sua gramática se torna exemplar e a leitura se torna até um pouco difícil conforme ele começa a utilizar palavras e termos rebuscados e científicos.

Flores Para Algernon nos traz uma reflexão sobre o significado da vida, qual o nosso papel no mundo e como devemos abraçá-lo. É intenso, profundo e agonizante acompanhar os sentimentos mais profundos de um retardado que se tornou gênio do dia pra noite e entendeu a partir daquele momento que toda sua vida havia sido uma farça.

Vivemos dentro da mente de um homem que não sabe quem é, que divide sua mente entre duas versões de si mesmo e se vê indo a loucura.

Para quem possa ter curiosidade, Algernon é o um ratinho branco, a primeira cobaia animal em que a cirurgia feita em Charlie foi 100% bem sucedida.

Eu recomendo Flores Para Algernon com ressalvas. Leia ele entre livros leves e divertidos, romances de preferência, pois ele raramente vai te trazer algum sentimento de paz ou de tranquilidade. Ele é em suma um livro doloroso e triste, cheio de revolta e um mix de sentimentos.

Nota: 7/10 ⭐