Resenha | Verity

“Eu manipulo a verdade quando considero adequado. Sou escritora.” – Verity

Como vocês podem perceber, fui totalmente fisgada pelo fenômeno Colleen Hoover. Depois que postei que havia finalizado a leitura de É Assim Que Acaba e É Assim Que Começa recebi diversas mensagens indicando a leitura de Verity, mais uma obra da autora. E novamente sem ler sinopse ou resenha alguma pulei de cabeça na leitura.

Não sei dizer pra vocês quantos anos faziam desde que não começava e terminava um livro no mesmo dia, ainda mais um livro de 320 páginas. Em nenhum momento quando comecei a leitura hoje pela manhã, imaginei que a noite já estaria com meus miolos na parede e escrevendo uma resenha sobre o livro, mas cá estou.

Verity é completamente diferente das duas obras citadas pela autora no começo desse texto. Eu embarquei na leitura esperando pelo menos algo semelhante a É Assim Que Acaba, porém, me surpreendi tanto que me obriguei a pesquisar o gênero do livro enquanto lia, só pra ter certeza se eu estava lendo direito.

Esse livro não é um romance (bem, ele até traz pitadas de romance, mas ao meu ver o romance fica completamente em segundo plano), mas sim um thriller psicológico, um suspense que te deixa na ponta da cadeira, com os nervos a flor da pele.

O enredo gira em torno da família de uma famosa autora americana, a Verity. Uma família que passou por muitos traumas ao longo dos anos, o mais recente tendo impossibilitado a autora de finalizar sua aclamada série de livros.

Após esse incidente, o marido de Verity, Jeremy, procura outra autora para cumprir o contrato da esposa e finalizar a escrita de sua série de livros. Essa nova autora é nossa protagonista, Lowen, que acaba se mudando para a casa da família por um período para estudar as anotações de Verity e começar a escrever os livros.

Porém, a partir dessa mudança coisas muito suspeitas começam a acontecer. Lowen encontra uma espécie de diário de Verity, revelando seus segredos mais profundos, e nos encontramos entre a cruz e a espada, sem saber realmente em quem ou no que acreditar.

Eu confesso que passei a história toda aguardando um grande plot twist, e ele veio, porém não foi NADA do que eu havia imaginado durante a leitura. Essa foi a história mais perturbadora, revoltante, surpreendente e criativa que eu já li na minha vida, sem nenhuma sombra de dúvidas.

Como já devo ter dito antes, eu cresci lendo apenas ficção e romance e apenas agora estou começando a me aventurar em uma literatura mais “adulta”, digamos assim. Verity é o primeiro livro de suspense que eu leio na vida e talvez por isso eu tenha ficado tão chocada, admirada e boquiaberta quanto fiquei, porém, só posso dizer pra vocês que com certeza foi um dos melhores livros que eu já li na vida e me deixou com muita vontade de mergulhar cada vez mais no gênero.

Já estou fazendo a lista de todos os outros livros da COHO (agora já estou íntima) pra ‘maratonar’ e recomendo do fundo do meu coração que vocês façam o mesmo.

Resenha | É Assim Que Começa

“Você é minha pessoa favorita. Sempre foi. Sempre será. Eu te amo. Amo tudo o que você é.” – É Assim Que Começa

Mal tenho palavras para agradecer o fato de ter lido É Assim Que Acaba depois que sua continuação já havia sido lançada, porque eu não sei o que seria de mim se tivesse que esperar 4 anos para finalmente ter um gostinho de Atlas e Lily.

Vamos lá. Inicialmente, sim, É Assim Que Começa é tão bom quanto seu antecessor, se não melhor. Isso vindo de uma pessoa que não gosta de dramas, tragédias e sofrimento, mas sim que gosta de finais felizes.

Esqueça todo o sofrimento de É Assim Que Acaba, ele não está aqui. Temos sim algumas cenas mais pesadas e tensas, em sua grande maioria envolvendo Ryle, mas o foco da história é majoritariamente o amor entre Atlas e Lily e a forma como suas histórias se entrelaçam após o final do primeiro livro,

É Assim Que Começa tem início quase que imediatamente onde o primeiro livro acabou, após o encontro de Lily e Atlas na rua, onde eles se abraçam e confessam que ainda se amam (pode parar de nadar agora, finalmente chegamos a costa!).

Um fator relevante é que esse livro não é narrado apenas por Lily, mas sim por ela e por Atlas, sendo composto por capítulos revezados entre os dois protagonistas. Isso com certeza dá um toque muito especial a história, já que assim podemos conhecer melhor o Atlas, sua rotina, seus sentimentos e seus dramas pessoais (que são muitos).

Essa é uma história de amor, eterno, genuíno e mais intenso do que tudo. Uma história de amor que começou anos atrás, quando Lily tinha 15 anos e Atlas era sem teto. Uma história de amor que foi interrompida tantas vezes pelo destino, mas que finalmente atingiu seu ápice.

Podemos acompanhar de perto cada etapa dessa nova/antiga relação entre os protagonistas. Ryle aparece mais no começo do livro, incomodando, como sempre, e se mostrando insatisfeito com a relação entre Lily e Atlas. Porém, por uma benção divina, ele quase não aparece mais da metade do livro em diante. A vilã do lado B da história é a mãe de Atlas, que surge do além com uma surpresa bombástica que vira a vida do mocinho de ponta cabeça.

Se você leu É Assim Que Acaba, amou e ficou com um gostinho de quero mais, você PRECISA ler a continuação. E se você leu o primeiro livro, gostou dos personagens mas achou a história pesada demais, aposto que esse aqui vai te agradar. Confia!

Resenha | É Assim Que Acaba

“Nem sempre as verdades nuas e cruas são bonitas.” – É Assim Que Acaba

Quando eu comecei a leitura de É Assim Que Acaba, em uma noite de quinta-feira, eu sabia que o livro era super aclamado nas redes sociais e descobri ao postar um story que metade dos meus seguidores já haviam lido e AMAVAM. E isso era tudo que eu sabia. Não li a sinopse antes de embarcar nessa aventura, para poder descobrir tudo no decorrer da leitura, sem nenhum spoiler sequer. E como isso foi bom.

Em um primeiro momento eu não estava certa se iria gostar do livro, já que estava há quase 3 anos lendo apenas Anne de Green Gables e não estava mais acostumada com o século atual e com romance, porém, no segundo capítulo eu já estava completamente submersa.

Lily Bloom, com seus cabelos ruivos e seus 23 anos, me conquistou de imediato. Não posso falar o mesmo de Ryle Kincaid. No momento em que ele apareceu pela primeira vez, no terraço, chutando cadeiras e socando o ar, eu soube que ele não era boa coisa. Depois de conhecê-lo melhor e ouvir suas ‘verdades nuas e cruas’, tive certeza. Acho que eu simplesmente tenho um radar muito forte para red flags em homens.

É Assim Que Acaba é um livro que aborda tópicos muito delicados desde o começo até o fim, e que com certeza pode acionar muitos gatilhos, então se você tiver problemas lendo sobre relacionamentos abusivos, violência e estupro, recomendo encontrar algo mais leve.

O livro é narrado por Lily, uma jovem como qualquer outra, que trabalha em uma empresa de marketing em Boston e sonha em ser dona de uma floricultura. Sua vida flui normalmente até conhecer Ryle, um neurocirurgião, extremamente gato, que é anti-namoro e deixa bem claro que não pretende casar ou ter filhos, NUNCA (aí, sabe, tenha paciência).

Ao mesmo tempo em que mergulhamos no novo relacionamento de Ryle e Lily, que tem seus altos e baixos e MUITO fogo, conhecemos mais do passado da protagonista, por meio de páginas de seu antigo diário. E é nesse diário que conhecemos ele: Atlas.

Atlas Corrigan foi o primeiro amor de Lily, quando ela tinha 15 anos e ele 18. A jovem sente que essa página da sua vida nunca foi virada, já que Atlas mudou para Boston na época, com a promessa de que um dia a procuraria, e desde então eles nunca mais se viram. É também nesses diários que descobrimos que Lily cresceu em um lar abusivo e que o pai batia na mãe com uma certa frequência.

Com traumas o suficiente em relação ao pai, Lily acaba descobrindo que também está se envolvendo com alguém agressivo após apanhar uma, duas, três vezes de seu amado Ryle. Todas as vezes ele pede perdão, todas as vezes ele estava “irritado e perdeu o controle”, todas as vezes ela passa por um inferno, entre o amor que sente pelo médico e o ódio por não querer ser como a mãe, perdoando algo imperdoável.

No decorrer do livro, Lily extrapola seus próprios limites e é obrigada a traçar novos, precisa tomar decisões extremamente difíceis e dolorosas em relação ao seu relacionamento com Ryle, se reencontra com Atlas, o que vira uma grande confusão e no meio de tudo isso ainda consegue abrir seu próprio negócio. UFA!

Talvez seja novidade para alguns, mas É Assim Que Acaba é inspirado na vida da própria autora, Colleen Hoover. Ela viveu até os 3 anos de idade em um lar onde vivenciava diariamente o pai agredir a mãe, até que a mãe pediu o divórcio e se mudou com as filhas pequenas. Esse livro então demonstra o sofrimento e a força não apenas de Lily, mas de todas as mulheres que vivem em um relacionamento abusivo e precisam encontrar uma forma de salvar suas próprias vidas!

Recomendo a leitura de olhos fechados e já comecei a ler a continuação É Assim Que Começa, que promete ser um romance muito mais leve e gostoso do que seu sucessor!

Resenha | Anne e a Casa dos Sonhos

“Tudo bem, a vida pode ser um vale de lágrimas, mas suponho que algumas pessoas gostam de chorar.” – Anne e a Casa dos Sonhos

Chegamos no quinto livro da coleção Anne de Green Gables, e desta vez Anne está casada, mais madura do que nunca e pronta para viver sua tão sonhada vida em sua perfeita Casa dos Sonhos.

Em Anne e a Casa dos Sonhos, Anne e Gilbert se mudam para Four Winds, uma cidade portuária. Gilbert trabalha como médico no centro da cidade, enquanto Anne passa os dias em sua amável casinha, que fica mais afastada, próxima do farol e do mar.

Nesse local remoto, o jovem casal não conta com muitos vizinhos, se não a jovem Leslie, o experiente capitão Jim, responsável pelo farol da cidade, e a amarga Senhora Cornélia, que tem a maior aversão aos homens e a língua extremamente afiada.

O livro tem início com o belíssimo casamento de Anne, que acontece em Green Gables, seu lar da infância. É um momento marcado por emoção e despedidas, seguido pela partida do casal para sua nova vida. E esse é praticamente o único momento que temos em todo o livro que remete à antiga vida de Anne em Avonlea.

Se em Anne de Windy Poplars já havíamos nos afastado do antigo universo onde Anne viveu na infância, agora, depois de casada e com uma casa só sua, nos afastamos ainda mais. Porém, nossas queridas Marilla e Rachel Lynde visitam a casinha dos sonhos com frequência.

Pela primeira vez, temos uma descrição um pouco mais aprofundada da relação entre Anne e Gilbert, algo que não tivemos desde o começo da história, por mais que os bebês ainda cheguem carregados por uma cegonha (acho hilário como a autora consegue remover toda e qualquer atração carnal de suas descrições, transformando tudo em um perfeito conto de fadas).

Anne chega a sua Casa dos Sonhos aos 25 anos e vive 2 anos de altos e baixos, risos e lágrimas, entre aquelas quatro paredes. Tantas histórias são contadas ao longo desses anos em frente à lareira. Eu acho particularmente incrível assistir a forma como ela consegue construir laços tão intensos em todo lugar que vai e amei acompanhar o desenrolar da sua amizade com os novos personagens desse livro (por mais que eu quisesse estapear a Leslie em alguns momentos).

Os novos personagens são bem peculiares e possuem suas próprias histórias e tramas que vão se desenvolvendo ao longo do livro. Isso dá um ar diferente à história, que deixa de girar unicamente em torno de Anne. Também temos um capítulo inteiro do livro narrado por ele, Gilbert Blythe, o que eu achei muito bacana e acho que poderia ter se repetido mais.

Outro ponto interessante desse livro em questão é o momento sombrio e depressivo pelo qual Anne passa, o que trouxe a história pra mais perto da realidade e mostrou que nem mesmo as pessoas mais felizes conseguem se manter positivas o tempo todo.

Com 27 anos e dois anos inesquecíveis vividos em sua casinha dos sonhos, Anne e Gilbert finalizam as 256 páginas se mudando para uma nova casa, onde com toda certeza serão ainda mais felizes e poderão expandir sua pequena e adorável família.

Resenha | Anne de Windy Poplars

“Ninguém é velho demais para sonhar e sonhos nunca envelhecem.” – Anne de Windy Poplars

E chegamos ao quarto livro da série da nossa amada Anne Shirley! Confesso que estou muito apegada nessa menina, no seu universo, e zero preparada para me despedir.

No quarto livro acompanhamos a personagem de seus 22 aos seus 25 anos de idade. Durante esses três anos, ela se muda para a cidade de Summerside, onde conseguiu uma vaga como diretora de uma escola local. Lembrando que ela conseguiu essa vaga por ser formada em Letras!

Assim que chega na cidade, Anne consegue um quarto em uma casa na Rua dos Fantasmas. E como era muito comum para a época todas as casas terem nomes, assim como Green Gables, essa casa não era diferente, sendo chamada de Windy Poplars.

O livro é dividido em três partes: ano um, ano dois e ano três, que são os três anos de contrato que a Anne assinou com a escola.

Outro ponto importante sobre esse livro em particular é que ele é quase completamente composto por cartas enviadas da Anne para o Gilbert, que se mudou também para cursar Medicina. Eu gostei bastante desse formato, já que ele acaba trabalhando a relação dos dois, mesmo que à distância.

Claro que eu senti falta de algum romance nessas cartas, já que as páginas românticas eram sempre omitidas, e eles ainda avisavam que tinham omitido, bem frustrante.

Fora isso, esqueçam todos e todas as pessoas que conheceram até então na nossa jornada com Anne Shirley. Não teremos Diana, nem os vizinhos de Green Gables, muito menos as colegas de universidade nesse livro. Todos eles foram completamente deixados para trás. Anne ainda visita Green Gables diversas vezes durante o livro, mas as descrições focam muito mais nela aproveitando os momentos em casa, do que nas pessoas a sua volta.

Consequentemente, recebemos dezenas de personagens novos, como os Pringles, que são a elite de Summerside e fazem o primeiro ano de Anne na cidade um verdadeiro caos, as viúvas de Windy Poplars e Rebecca Dew, que recebem a professora de braços abertos, e é claro, a pequena Elizabeth.

Windy Poplars se torna um lar, não apenas para Anne, mas para nós leitores, que nos sentimos acolhidos e abraçados quando Anne senta em frente ao fogão de seu quarto na torre para observar o cemitério e ouvir o vento.

Esse é com certeza um dos meus livros favoritos até o momento, pois explora a fundo a vida de Anne como indivíduo, como adulta, finalmente desbravando o mundo e aprendendo com seus erros. Cada ligação que ela constrói com os residentes de Summerside é significativa e soma muito na história.

Me apeguei profundamente em diversos personagens, em Summerside e principalmente em Windy Poplars e nos pequenos detalhes da rotina de Anne, Rebecca, as viúvas e Rusty Miller, o gato que deu tanto pano pra manga.

Ao finalizar a leitura confesso que lacrimejei, sentindo o mesmo que Anne ao se despedir de seu novo lar. Concluímos essa parte da história com uma Anne madura, decidida, que encontra em seu prometido (Gilbert, é claro), um porto seguro no dia a dia, e anseia pela sua vida juntos.

É simplesmente APAIXONANTE!

Resenha | Anne da Ilha

” – Provei o mundo e ele já não veste as cores do romance que costumava usar.” – Anne da Ilha

O terceiro livro da coleção que inspirou a série Anne with an E, da Netflix, nos apresenta a uma Anne mais velha, mas ainda com muito a aprender e amadurecer.

O livro começa com uma Anne de 18 anos, pronta para embarcar em uma nova aventura: a faculdade. Ela parte para uma nova cidade, onde irá viver os próximos 4 anos de sua vida, como universitária. Após viver um tempo em pensões, Anne e suas amigas alugam uma adorável casinha na cidade e contratam uma governanta, a tia de uma das meninas.

Primeiramente, uma das coisas que me incomodou muito, principalmente na primeira metade do livro, foi a falta de detalhes a respeito da faculdade em si. Na verdade, Anne passava cerca de 2 a 5 páginas de um capítulo na faculdade, e em seguida embarcava novamente para Avonlea, fosse para um feriado, férias, Natal ou algum casamento.

Eu tive a impressão de que, mesmo se passando 4 anos nesse livro, e com a Anne na faculdade na maioria desse tempo, a faculdade foi deixada em segundo plano, algo que eu não gostei muito. Ela citava que frequentava eventos, que participava de clubes, que tinha provas, mas nós nunca fomos levados com Anne para as aulas, não sentimos o gostinho da competitividade acadêmica que é tão natural da personagem, nem fomos aos bailes e concertos.

Confesso que senti que Avonlea deveria ter sido deixada para trás, pelo menos parcialmente, nesse livro, e que deveríamos ter sido mais introduzidos ao novo mundo onde Anne estava vivendo. Mas não foi bem o que aconteceu.

Como citei anteriormente, mesmo Anne estando muito mais velha, ela ainda tem muito a aprender e amadurecer. Como toda jovem, ela comete muitos erros, mas o pior é que ela erra e insiste no erro, e algumas vezes se torna cega diante de respostas óbvias, o que também me irritou bastante.

Uma coisa que me pegou muito da metade para o final da leitura, foi o fato de Anne começar a perceber o mundo mudando a sua volta e sentir que estava sendo deixada para trás. Ela se força a deixar alguns devaneios de infância de lado e fazer o que é preciso para melhorar.

Ela mergulha em um mar de melancolia ao retornar a Green Gables após a formatura, que eu entendo até demais, ao perceber que tudo a sua volta está diferente, menos ela, e pensar em como ela queria voltar a ser criança, mas não pode.

Nesse momento de melancolia, a garotinha sonhadora dos primeiros livros desaparece, e é aí que tudo se esclarece na mente de Anne e ela saí dessa situação uma mulher, pronta para enfrentar os altos e baixos da vida adulta (mas não se preocupem, a sonhadora cheia de firulas continua lá).

No geral, eu amei a leitura. Entendo que as partes iniciais que me irritaram foram escritas com esse objetivo. Anne precisava viver o que viveu, sentir o que sentiu, quebrar a cara como quebrou, para chegar ao ponto em que chegou no fim da história e estar pronta para seguir em frente.

Ansiosa para o restante da história da nossa menina (já estou apegada nesse nível).

“‘Nem todas as lições se aprendem na faculdade’, pensou. ‘A vida pode ensiná-las em todos os lugares’. ” – Anne da Ilha

Resenha | O Castelo Animado

“Sinto muito. Eu já fugi demais em minha vida. E finalmente eu tenho algo para proteger: você.” – O Castelo Animado

Após ter uma das maiores surpresas e uma das melhores experiências cinematográficas dos últimos anos ao assistir o filme O Castelo Animado, um anime do clássico Studio Ghibli, não pude resistir ao saber que o longa era inspirado em um livro e comprei a obra no mesmo dia.

Poucos dias depois, cá estava eu mergulhada no universo de Howl, o devorador de corações, Sophie, a velha ranzinza, e Calcifer, o demônio do fogo.

Para aqueles que também assistiram ao filme e se interessaram pelo livro, já lhes adianto: o livro, como sempre, é MUITO mais completo. Todas as brechas, histórias pela metade e coisas um tanto sem sentido que vemos no filme, são explicadas detalhadamente nas 368 páginas do livro.

Porém, além de termos algumas boas explicações, muita coisa é diferente na versão original da história. Pra começar, a família da Sophie é uma peça chave em toda a trama, suas irmãs e sua madrasta, que mal é citada no filme. O espantalho, personagem tão marcante no filme, aparece aqui também, mas de uma forma um pouco diferente, sendo tudo, menos amigo de Sophie, que morre de medo do coitado.

As personalidades dos protagonistas foram traduzidas com maestria para a telinha, Howl é egocêntrico como nunca, sedutor e fascinado pela sua própria beleza, Sophie é velha antes mesmo de ser velha e encontra no Castelo Animado uma chance de quebrar o terrível feitiço que lhe foi lançado, Calcifer não vê a hora de se livrar de Howl, mas ao mesmo tempo não sairia dali por nada no mundo, já Michael, que no filme se chamava Markl e era uma criança, no livro é um personagem completamente diferente.

Ele é alto, magro, de pele negra e tem um belo romance com uma das irmãs de Sophie (eu falei que elas são muito importantes, mas não entrarei em mais detalhes). No livro podemos acompanhar a dinâmica do Castelo de forma mais detalhada, e a construção da relação entre Sophie e Howl é muito mais significativa.

Também temos muito mais da vilã, a Bruxa das Terras Desoladas, que assombra a vida de Howl e trava algumas batalhas contra o mago. Ah, aqui ela também é esbelta, alta e bela, diferente do que vemos no filme (por que essa mania de pintar bruxas como criaturas horrorosas?).

Sem mais delongas, para não enchê-los de spoilers da leitura, O Castelo Animado é um livro tão belo e prazeroso de ler quanto o filme é de assistir. Recomendo assistir o filme antes, porque eu jamais seria capaz de imaginar coisas tão lindas e tantos detalhes sem a ajuda do Studio Ghibli.

E se você já viu o filme e amou, mas acha que não precisa ler o livro, saiba que está errado! A leitura dessa história vai te encher os olhos e preencher lacunas que você nem sabia que existiam até então. É o complemento perfeito.

Obs: apenas uma complementação para quem possa interessar, saiu vlog de leitura desse livro MARAVILHOSO lá no canal e tá muito legal MESMO! Super recomendo (suspeita).

Resenha | Anne de Avonlea

“A vida é o que acontece agora. Não deixe pra viver amanhã o que você pode viver hoje.” – Anne de Avonlea

Quase dois anos depois de ler o primeiro volume, finalmente finalizei a leitura de Anne de Avonlea, o segundo livro da coleção que deu origem a famosa série da Netflix, Anne With an E.

Neste livro, Anne Shirley já é uma jovem de 16 anos e leciona na escola de Avonlea. Ela sonhava em seguir seus estudos e ir para a faculdade, porém seus planos foram interrompidos quando seu pai adotivo Matthew morreu repetinamente, ainda no final do primeiro livro (único momento até agora que me arrancou lágrimas durante a leitura da coleção).

Aqui, acompanhamos a trajetória de uma Anne mais velha, mais madura, mas que ainda divaga com a mesma intensidade sobre as flores, perfumes, e nos encanta com os mais específicos detalhes da pequena Avonlea.

Alguns personagens já conhecidos seguem fazendo parte do cotidiano da protagonista, como Diana, a Sra. Rachel Lynde e o nosso amado Gilbert Blythe, que infelizmente está lecionando em outra cidade e aparece pouquíssimas vezes durante o livro. Mas a trama também inclui novos personagens que se tornam muito importantes para a vida de Anne, como o novo vizinho rabugento, o Sr. Harrison, a Srta. Lavendar e sua adorável casinha de pedra, Paul Irving, o melhor aluno da classe, e é claro, os gêmeos Dora e Davy, que acabam indo morar em Green Gables e viram a vida de Anne e Marilla de ponta cabeça.

Anne finalmente conquistou o coração de toda Avonlea e além de ser a única professora da cidade, ainda ajuda a fundar um comitê na ilha para melhoramento dos jardins, casas e estradas. Ela, Diana, Gilbert e mais alguns de seus antigos colegas, se unem para tornar Avonlea uma cidade mais bonita.

Como Anne de Green Gables, achei a leitura extremamente leve e gostosa, mesmo quando tínhamos duas páginas corridas de Paul Irving ou Anne Shirley tagarelando sobre algum tema aleatório. O estilo de escrita utilizado nessa coleção realmente me cativou muito e o sentimento de poder acompanhar o crescimento e desenvolvimento, não apenas da Anne, mas de todos os personagens a sua volta, é indescritível.

Estou extremamente ansiosa para saber o que virá a seguir na vida da nossa ruivinha preferida. E também estou contando os minutos para o romance Anne x Gilbert finalmente acontecer.

Sonic 2 é filme de criança? Análise com spoilers

Fui assistir Sonic 2 na semana de estréia e não podia deixar de falar desse filme!

No início do mês de abril meu irmão, que tem 12 anos, me informou que esse filme estaria estreando esse mês e que queria que eu o levasse assistir.

Muito contra a minha vontade eu sentei uma tarde pra assistir Sonic 1, de 2020, e TUDO que eu sabia até então sobre o filme era que eles tiveram aquele problema com o CGI do Sonic, que ele ficou meio assustador e tiveram que reeditar todo o filme pra trocar a animação do protagonista. 

Qual não foi a minha surpresa ao AMAR o primeiro filme e ficar contando as horas pra ver o segundo. 

Infelizmente eu não sou uma das crianças que cresceu jogando todos os jogos e vendo todas as animações do Sonic, eu já sou mais de uma geração Barbie e Ben 10, mas minha irmã, de 34 anos e meu irmão, que é fascinado pelo Sonic, pegaram MUITA referência dos jogos. 

Já eu peguei MUITA referência de filmes, clássicos, desde Star Wars, até Curtindo a Vida Adoidado, Vingadores, Shrek, e sem contar com a trilha sonora FANTÁSTICA, que é sempre algo que me conquista de cara em um filme. 

Tudo que Sonic 1 teve de fofo, tocante e emotivo devido ao abandono do ouriço e o processo dele encontrar uma segunda família, triplica em Sonic 2 com a chegada do Tales e do Knuckles.  

Nesse segundo filme o Dr. Robotnik, interpretado MAGESTOSAMENTE, como sempre, pelo Jim Carrey, retorna do planeta dos cogumelos, onde ele foi preso no primeiro filme pelo Sonic, com a ajuda do Knuckles, que até então tem como missão aniquilar o Sonic e recuperar a tal esmeralda toda poderosa. 

Nesse filme a gente acompanha o Sonic evoluir de um personagem irresponsável, inconsequente e infantil pra um verdadeiro herói. Ele assume a missão dele como protetor da esmeralda e enfrenta todos os maiores medos dele pra honrar a Garra Longa, que é a coruja que criou ele e mandou ele pra Terra. 

Em relação a referências aos jogos, digo isso depois de muita pesquisa e depois de ter visto muitos vídeos, Sonic 2 é muito mais bem trabalhado do que o primeiro. Imagino eu que isso aconteça porque no primeiro eles queriam construir melhor uma história, uma emoção pro Sonic, esse conceito da criança abandonada encontrando uma família. 

Mas nesse segundo eles tiveram todo o tempo de tela pra trabalhar as cenas de ação, as corridas, ele realmente sendo um herói, e as fases do jogo são vistas com muita clareza em várias cenas do filme, desde as fases aquáticas, até o Sonic voando com o Tales, a cena da avalanche, os templos antigos, tudo é fase de jogos. 

Fora tanta referência bacana ao universo dos jogos e filmes, uma das coisas que eu mais gosto nos filmes do Sonic são as mensagens e o conceito de família. 

Eu amo a pequena família que o Tom, a Maddie, o cachorro e o Sonic formam, a forma como mesmo o Sonic não sendo realmente da família, nem humano, eles tratam ele como prioridade, chamam de filho e tudo o mais. E com certeza isso foi muito reforçado no segundo filme. Sabe aqueles adultos que só atrapalham? Esses não são eles. 

Eles são incríveis e com certeza uma peça fundamental nos filmes. E espero que na continuação a gente possa ver mais dos dois sendo ótimos pais pro Knuckles e pro Tales também. 

Lembrando que na cena pós-créditos recebemos aí a confirmação de que o plot do próximo filme será ao redor do Shadow, que é um ouriço espacial criado geneticamente pela família Robotnik, e possivelmente também teremos Amy Rose, a namoradinha do Sonic, mas essa é só especulação até o momento.  

Em um resumo da ópera, Sonic 2 é extremamente superior a Sonic 1, que pra mim já tinha sido FANTÁSTICO, então se você ainda não assistiu esses filmes, seja por qual for o motivo, não perde mais tempo e assista! Porque eu to aqui de prova que ele agrada tanto os fãs do jogo, quanto o público em geral.

Nota: 10/10

Review | The Batman

The Batman (2022) estreou ontem e eu não pude deixar de conferir. Por que sou fã da DC? Não. Porque sou fã do Robert (e de Crepúsculo, fator importante já que grande parte do fanclube sempre prestigia o trabalho dos atores).

E o que foi Robert Pattinson nesse filme? Que ele é um ator espetacular eu não tinha dúvidas, aliás, vocês já assistiram O Diabo de Cada Dia? Porém, ele entregou absolutamente tudo e mais um pouco como Bruce Wayne.

Eu sempre gostei muito do personagem, de longe meu herói favorito do universo da DC, porém, senti uma profundidade e obscuridade no Bruce do Robert que nunca havia sentido antes. O filme como um todo traz uma sensação muito diferente a quem assiste, que remete muito ao que senti assistindo Coringa. Talvez seja a nova forma da DC de contar histórias.

Mesmo tendo 3 horas, pra mim o filme passou voando e poderia ter tranquilamente mais tempo. Entendo que muita gente achou enrolado e que poderia ser menor ou dividido em partes, mas eu, considerando o fato de que sou bem chata com filmes longos, discordo totalmente.

Em acréscimo a isso, acho importante discordar também das pessoas que acham que o enredo ao redor do vilão principal, Charada, não foi bem desenvolvido, devido à presença de outras figuras na história, como Pinguim e Falcone. Ao meu ver, sem o enredo secundário, focado nos personagens do Pinguim, Falcone e Selina (divinamente interpretada por Zoë Kravitz), não seria possível criar o enredo do Charada e do seu plano maligno.

Tudo nesse filme se conecta, nada é deixado para trás.

As cenas de luta são explendidas, comentário que vindo de mim é muito valoroso, pois eu ODEIO violência e não vejo filmes de ação por esse mesmo motivo. E não tenho nem palavras para falar sobre a cena que foi, para mim, a mais incrível do filme, a perseguição de carro entre Batman e Penguim.

Em resumo, o filme todo foi uma experiência única e que eu com certeza repetiria. Até então esse foi o melhor filme que vi no ano, contando com o fato de que já assisti metade da lista de indicados ao Oscar.

Pattinson foi uma estrela, como sempre, e merece ser ovacionado o quanto fo preciso. E agora só posso dizer que estou ansiosa para a continuação desse novo ciclo do nosso famoso morcego.

E vocês, o que acharam do filme?