Resenha | O Amor e Outras Coisas

“Nunca me ocorreu que o amor pudesse ser qualquer coisas que não transbordante, arrebatador. Ainda na infânfica, já sabia que não me contentaria com ter nada menos do que isso.” – Amor e Outras Coisas (Christina Lauren)

Vamos falar do livro que rapidamente se tornou um dos meus favoritos de todos os tempos. O Amor e Outras Coisas é um romance pra quem gosta de um slow burn de qualidade e do clássico friends to lovers, to strangers, back to lovers. Nessa introdução eu arrisco dizer que a história dos nossos protagonistas me lembrou demais a do casal Lilly e Atlas de É Assim Que Acaba (mas as semelhanças param por aí, juro).

Em O Amor e Outras Coisas acompanhamos a vida de Macy Sorensen, desde de seus 13 anos até os seus 28. Os capítulos se intercalam entre passado e presente de uma forma muito clara e que sempre te deixa querendo saber o que vai acontecer em seguida, te fazendo devorar um capítulo após o outro. Eu li suas 396 páginas em menos de 24 horas.

Macy e seu pai compram uma casa de férias no interior da Califórnia após a morte de sua mãe (que era brasileira, o que é bem legal), onde os dois começam a passar seus fins de semana, feriados e verões.

E é nessa casa de férias que Macy conhece Elliot e o resto é história (brincadeira haha). Macy e Elliot constroem uma relação linda de amizade, confiança e amor durante 5 anos, até que algo terrível acontece e eles ficam sem se falar ou ter notícias um do outro por longos 11 anos.

Achei essa frase perfeita para a história desse livro (Foto: Fernanda Tomás)

O bacana nesse livro é que a gente sabe quando a tragédia vai acontecer e todos os capítulos contam com a data no seu título, ou seja, a ansiedade para chegarmos no fatídico dia 31 de dezembro só aumenta conforme os protagonistas trazem o assunto a tona no presente.

O romance de Macy e Elliot é um dos mais gostosos, puros e bonitos que eu já vi em um livro. É realmente coisa de almas gêmeas e você consegue sentir isso. Consegue sentir a dor e entender mais do que bem os motivos que os mantiveram afastados por tanto tempo.

Só vou dizer uma coisa pra vocês: eu nunca chorei tanto em toda a minha vida lendo um livro. Chorei de dor, chorei de soluçar, chorei incontrolavelmente enquanto eles choravam. A espera pelo dia 31 de dezembro valeu a pena e o grande momento veio como um soco no estômago.

Por mais que o livro seja um slow burn, no presente as coisas se desenrolam de uma forma muito espontânea e rápida na maioria das vezes, sem ex namorados como Ryle (É Assim Que Acaba) ou drama desnecessário dos protagonistas. Todo drama aqui é aceitável e necessário.

O livro é perfeito. Recomendo de olhos fechados.

OBS: Tem MUITO hot. O melhor que eu já li também, inclusive. Leve no passado e pesado no presente. No ponto.

Resenha | Misery (Angústia) por Stephen King

“Ninguém sabe que existe dor desse tamanho no mundo. É como estar possuído por demônios.” – Stephen King (Misery)

Finalmente chegou o dia em que decidi ceder ao lado escuro da literatura e dar uma chance ao grande Stephen King. Por que começar por Misery? Basicamente porque vi em algum blog por aí que este era um dos melhores livros do autor.

Misery conta a história de um famoso autor de romances americano chamado Paul Sheldon, que acaba se tornando prisioneiro de uma mulher insana chamada Annie Wilkes (também conhecida como sua fã nº 1). Isso acontece após o desafortunado autor sofrer um acidente de carro nas proximidades da casa de Annie e acabar sendo ‘resgatado’ pela mulher.

O acidente foi sério e resultou em duas pernas quebradas em pedacinhos e muitas dores. Porém, qual não foi a surpresa de Paul ao acordar não em um hospital, mas sim na casa de Annie.

Os dias de Paul como prisioneiro se tornam semanas, que se tornam meses, que se torna mais de um ano. As dores são insuportáveis, mas a tortura física e mental que ele sofre nesse período é muito pior. Annie é uma psicopata assumida e está determinada a fazer qualquer coisa para arrancar algo de Paul: um livro bônus da coleção ‘Misery’, sua história de maior sucesso.

Confesso que esperava um pouco mais de terror, digamos assim, dessa leitura, porém, não esperava tanta carnificina. Em diversos momentos me encontrei com o estômago revirado e me obriguei a parar a leitura e retomar em outro dia. Pode ser que isso tenha acontecido porque nunca li um livro de suspense/terror na vida? Claro! Meu pobre estômago leitor de romances não estava preparado pra isso.

Não me entendam mal, o livro é super dark, te deixa super mal e reflexivo em muitos momentos, além de te deixar angustiado, nervoso e sentado na ponta da cadeira o tempo todo, mas não é nenhum livro de terror (é apenas um dos suspenses mais macabros que eu já vi na vida).

Eu gostei da leitura, por mais que tenha levado um pouco mais de tempo do que o normal para concluí-la (vou culpar a intensidade do livro aqui). Obviamente o Stephen atinge seu objetivo que era assustar, anojar e revoltar o leitor. Um ponto em específico que eu amei foram as dicas e reflexões do protagonista a respeito da sua vida como autor (me identifiquei bastante com diversos pontos). E também gostei, de uma forma perturbadora, da maneira como as descrições da Annie, dos cheiros e gostos, eram tão vívidas e bem feitas que me deixavam enjoada (imaginação fértil nível Paul Sheldon).

Depois dessa leitura com certeza vou continuar lendo alguns livros do gênero e do autor, mas não agora porque preciso de um detox com um bom e velho romance!

Obs: é muito bom ler um livro cheio de tragédias e não fazer ideia se o final vai ser feliz ou não, já que não se trata de um romance.

Nota: 8/10 ⭐

Resenha | A Biblioteca da Meia-Noite

Acho que é fácil imaginar que existem caminhos mais fáceis. (…) Mas talvez não existam caminhos fáceis. Só caminhos.” – A Biblioteca da Meia-noite

A Biblioteca da Meia-Noite foi mais um livro que li por recomendação do Booktok. Embarquei em mais uma leitura sem ler a sinopse (nessa altura vocês já perceberam que eu amo fazer isso) e me surpreendi quando descobri do que o livro se tratava.

Nora Seed é uma mulher de 35 anos, cheia de talentos, mas com poucas conquistas na vida e sem amigos ou família, completamente solitária. Em certo ponto, após perder seu emprego e seu gato de estimação na mesma semana, Nora simplesmente decide que sua vida não vale a pena ser vivida.

Após tomar essa decisão drástica, Nora segue com seu plano para morrer. Porém, ao invés de encontrar a morte do outro lado, ela se surpreende ao encontrar uma biblioteca.

Na biblioteca da meia-noite o tempo não passa, é sempre pontualmente meia-noite, e nela existem infinitos exemplares de livros aparentemente iguais. Nora descobre que a biblioteca também possui uma bibliotecária, a Sra. Elm, que costumava ser bibliotecária na escola onde Nora estudava.

Basicamente, cada livro da biblioteca da meia-noite contém uma vida, uma realidade. Sim, estamos falando de multiverso. Cada livro mostra como teria sido a vida de Nora caso ela tivesse tomado decisões diferentes das que tomou.

A regra é simples, Nora pode explorar quantas realidades ela quiser até encontrar uma onde ela queira viver, então ela vai se tornar parte daquela realidade e esquecer da existência da biblioteca. Porém, todas as vezes em que ela estiver vivendo uma dessas vidas e começar a se sentir triste e decepcionada, ela automaticamente será transportava de volta à biblioteca.

A partir daqui nós acompanhamos uma longa jornada da personagem em diversos universos, onde ela foi professora, nanadora olímpica, estrela do rock, dona de vinícola ou dona de casa. Devido a essa constante mudança de cenário o livro se torna leve e divertido, por mais que aborde temas como depressão e ansiedade.

A forma como o multiverso foi utilizado nesse livro não apenas para entreter mas também para mostrar como somos nós que moldamos a nossa realidade e que por mais que voltassemos atrás e mudassemos tudo de que nos arrependemos, não significaria que nossa vida seria melhor ou perfeita. Porque a vida nunca é perfeita. Sempre irão existir altos e baixos, indepedente da nossa profissão, da cidade que escolhemos viver, do nosso parceiro, da nossa situação financeira.

Nós acompanhamos a evolução lenta e gradual da Nora de uma pessoa que simplesmente odiava a própria vida a ponto de não querer mais viver a uma pessoa que compreendeu que se todas as outras Noras eram capazes de ser feliz, ela também era. Não temos aqui um comparativo com outras pessoas, mas sim consigo mesmo.

Eu duvido que depois da leitura desse livro alguém consiga pensar “e se” sem se corrigir logo em seguida. Essa história não é qualquer história, ela muda a sua forma de compreender a vida, o universo que nos cerca. É uma boa leitura pra quem está satisfeito com a vida que leva e uma ÓTIMA leitura para aqueles que não estão.

Com certeza o livro merece todo o hype que está recebendo e agora eu quero comprar a versão física pra poder ter essa belezinha brilhando no escuro da minha estante! Nota 10/10 ⭐

Resenha | Anne de Ingleside

E a saga da nossa querida Anne Shirley, também conhecida como Anne Blythe (demorei, mas me acostumei), está chegando ao fim (na verdade eu escrevi essa resenha achando que esse era o último livro, porém Vale do Arco Íris e Rilla de Ingleside também fazem parte da coleção oficial).

Anne de Ingleside acompanha a vida de Anne dos seus 34 aos seus 40 anos, então se preparem porque MUITA coisa acontece.

O que mais me chamou atenção nesse livro é o fato de que a narrativa não é feita unicamente pela protagonista, mas desta vez ela é dividida entre muitos personagens. Trata-se dos filhos de Anne e Gilbert, que ganham capítulos inteiros para contar suas aventuras e descobertas. Confesso que no início achei ruim o foco sair da Anne, mas depois comecei a entender o quão especial é poder conhecer mais dessas crianças que são a mistura perfeita dos pais e que foram criadas de forma impecável. Também é bacana saber que eles nunca vão precisar viver o que Anne viveu na infância, mas que ao contrário disso são rodeados de amor, conforto e segurança desde o dia em que nasceram.

O livro tem 336 páginas, sendo assim o maior da coleção, e nos traz todos os tipos de sentimentos, mas o que mais se destacou pra mim foi: raiva.

Os capítulos narrados pelas crianças, em sua grande maioria, trazem momentos onde tudo que o leitor quer fazer é enfiar a cabeça no buraco. Temos crianças inocentes demais, que acreditam nas mentiras mais cabulosas, mentem para os pais, fogem de casa, fazem barganha com Deus, até crianças que jogam bolos no rio por acharem vergonhoso carregá-los. E cada uma dessas histórias me fez morrer um pouco mais por dentro. Eu só queria que eles levassem um bom puxão de orelha, mas não em Ingleside, nunca em Ingleside. Anne estava sempre pronta para dar um abraço, um beijo, dizer ‘tudo bem’ e ainda oferecer um cupcake antes de dormir. O mesmo vale pra Gilbert e Susan.

Outra raiva que nos aflige já no começo do livro é a tia Mary Maria, uma tia distante de Gilbert que vem passar um final de semana e acaba passando um ano. Ela destrói completamente a harmonia da casa, todo mundo a odeia, inclusive as crianças, Anne não se sente mais dona da própria casa E MESMO ASSIM NINGUÉM TEM CORAGEM DE MANDAR A MULHER EMBORA. Ah, tem coisas que simplesmente não tem cabimento.

E o que dizer sobre a crise no casamento dos Blythe, que me arrebatou nas últimas 30 páginas de leitura, me deixando com os nervos a flor da pele, pronta para entrar página a dentro e agarrar o Gilbert pelo pescoço. Não posso dizer quantas vezes gritei: PEDE DIVÓRCIO, PEDE DIVÓRCIO! Nada que Gilbert Blythe dissesse naquela noite me faria perdoá-lo pelo ódio que eu e Anne passamos.

Aliás, esse desgaste no relacionamento dos Blythe, proveniente do trabalho excessivo do jovem doutor, também foi um ponto muito abordado e algo muito real nos relacionamentos. O desgaste, a distância, a forma como as coisas se tornam automáticas. Anne de Ingleside aborda muito bem a sobrecarga que ambos podem sentir em um relacionamento, tanto quem fica em casa, quanto quem trabalha, e pela primeira vez podemos realmente nos identificar com a tão perfeita Anne, que chega no seu limite em determinados momentos.

Jem, Walter, Nan, Di, Shirley e Rilla foram com certeza o ponto alto da leitura, trazendo uma leveza, pureza e criatividade que não víamos desde Anne de Green Gables. A cada página lida eu falava “são iguaizinhos a mãe”, todos sempre no mundo das fadas, fantasiando sobre piratas, príncipes e princesas. Porém, confesso que demorei MUITO pra discernir quem era quem e até o fim do livro ainda não sabia ao certo quantos filhos eles tinham haha

Uma coisa que senti falta aqui foi uma presença mais marcante dos personagens introduzidos em Anne e a Casa dos Sonhos. Sabemos que Leslie e seu novo marido compraram a casa dos sonhos como casa de veraneio, porém, pouco vimos do casal, que poderia ter aparecido um pouco mais, já que Jem vivia na casa onde nasceu, brincando com o filho de Leslie. Cornélia até aparece bastante, mas eu simplesmente senti que as conexões criadas no penúltimo livro foram simplesmente jogadas no espaço, esquecidas no tempo, nos bons e velhos tempos (saudades Capitão Jim).

Finalizo essa resenha dizendo que senti falta de mais “Anne” nesse livro, mesmo com todo o resto que tivemos e também que eu jurava de pé junto que esse era o último livro da coleção, já tinha feito toda uma despedida, porém Vale do Arco Íris e Rilla de Ingleside aparentemente não são apêndices, mas sim parte oficial da história. Então deixemos as despedidas pra depois, pois ainda tenho dois livros pela frente.

Resenha | O Sol da Meia-Noite

“Sua existência era uma desculpa suficiente para a justificativa da criação do mundo inteiro.” – O Sol da Meia-Noite

Enquanto conferia minha lista de resenhas, percebi que faltava a de um livro muito especial: O Sol da Meia-Noite, também conhecido como Crepúsculo pelos olhos do Edward, ou Crepúsculo MUITO mais interessante.

Eu finalizei a leitura desse livro em junho de 2021, mas por graça divina tinha um roteiro de vídeo salvo na nuvem, onde falava exatamente o que achei da história, e é o que usarei de base para a resenha de hoje (minha memória não é tão boa assim pra resenhar um livro de 2 anos atrás haha).

O Sol da Meia-Noite possui nada mais, nada menos do que 736 páginas, e como citado anteriormente, conta exatamente a história do livro Crepúsculo, porém desta vez, pelos olhos do Edward.

Começando pelos pontos negativos, eu confesso que demorei MUITO pra finalizar a leitura do livro, por achar ele incrivelmente arrastado. Devemos levar em consideração que a história é narrada por um vampiro centenário, que não dorme e portanto tem muito tempo livre para divagar sobre os mais variados temas. Mas gente do céu, as vezes ele passa dos limites!

Outra coisa que mudou na leitura desse livro foi a minha paixão avassaladora pelo Ed, pelo simples fato de que, AQUI, e só aqui, podemos perceber o quão psicopata e stalker ele realmente é. O homem simplesmente observa e persegue a Bella 24/7. Isso fica aparente em algumas cenas de Crepúsculo, porque a Bella não sabia dessa perseguição, mas agora temos acesso a toda a loucura do homem, que andava se pendurando em árvores em dias de sol porque NÃO PODIA ficar sem ver a amada (isso antes sequer deles conversarem).

Fora isso ele ainda é mega violento e tem pensamentos bem doentios em relação aos amigos da Bella e principalmente em relação ao Mike. Ah, eu comentei que nesse livro ele ameaça a Bella de morte NO MÍNIMO 100 vezes? Porque isso também acontece.

Fora esses pequenos detalhes, foi muito interessante poder ver a história por outra perspectiva, já que o Edward desaparecia em vários momentos de Crepúsculo e nesse livro podemos finalmente saber por onde ele andava e o que ele fazia nesses momentos.

Finalmente pudemos entender porque o Edward amava tanto a Bella. Em Crepúsculo a personagem se vê como fraca, boba e sem sal, e é essa representação que temos no livro e no filme, porém, na visão de Edward, ela é incrível, culta, inteligente e cheia de personalidade. Dá um significado muito mais forte ao amor deles.

Temos muitos detalhes da família Cullen nesse livro, que nunca tivemos antes, como por exemplo o passado da Alice com o James, a perseguição do James que é relatada em detalhes, também temos o longo período em que a Bella fica internada após o acidente e Edward fica no hospital, que antes não tínhamos acesso porque a Bella estava desacordada, enfim, temos muitos momentos bacanas que não teríamos acesso pelos olhos da Bella.

A amizade entre Alice, Bella e Charlie é muito explorada aqui também, algo que amei. E falando em Charlie, temos momentos incríveis do Charlie ciumento como por exemplo quando ele liga para o Carlisle para pedir o que ele achava da relação dos ‘jovens’.

Uma das minhas cenas preferidas com certeza é quando eles levam Bella para o hospital, sangrando após o incidente da sala de espelhos, e começam a bolar um plano para acobertar a verdade. Edward dá as ideias, Alice vê o futuro para ver como o plano transcorreria e imediatamente Edward lê sua mente e vai alterando o plano até ela ver que tudo vai correr como planejado. É uma narração intensa e INCRÍVEL de acompanhar.

No geral, acho que a leitura de O Sol da Meia-Noite é simplesmente NECESSÁRIA para todo os fãs da saga Crepúsculo. Ele traz detalhes e informações sobre os personagens que nunca tivemos antes e que com certeza mudam nossa perspectiva da história. Eu amei odiar esse livro!

Resenha | Os Sete Maridos de Evelyn Hugo

“O mundo prefere respeitar as pessoas que querem dominá-lo” – Os Sete Maridos de Evelyn Hugo

Quero começar respondendo a pergunta que eu me fazia sempre que via alguém recomendando esse livro no Tiktok. “Será que é tão bom assim” SIM! É tão bom assim.

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo é um livro escrito de uma forma bem peculiar, que foi novidade pra mim. O livro começa sendo narrado em primeira pessoa pela personagem Monique, uma jornalista que vive no ano de 2017 e trabalha para uma revista em NYC.

Um belo dia, sem razão aparente, Monique é convocada a entrevistar uma das atrizes mais famosas da história do cinema Hollywoodiano: Evelyn Hugo.

Ao começar a entrevista, porém, Monique descobre que na verdade o interesse de Evelyn não é em uma entrevista qualquer para uma revista, mas que na verdade seu plano é fazer com que Monique escreva sua biografia, com todos os segredos e mistérios que nunca foram expostos para a mídia.

A partir desse momento, passamos a ter alguns tipos diferentes de narrativa.

Narrativa 1: Monique, em 2017, contando seu dia a dia trabalhando com Evelyn.

Narrativa 2: Evelyn, narrando em primeira pessoa toda a sua vida desde o início de sua carreira, até o presente.

Narrativa 3: Matérias de jornais e revistas que trazem o olhar que Hollywood tinha e tem da estrela Evelyn Hugo.

Com esses três pontos de vista diferentes, somos apresentados aos altos e baixos da vida de uma atriz de Hollywood dos anos 60, latina, de origem pobre, que teve que fazer muitos sacrifícios para subir na vida.

Nos sentimos penetras, descobrindo os segredos sombrios dos bastidores da indústria cinematográfica e sofremos com a realidade dura e preconceituosa da época. E as narrações são tão bem feitas que em alguns momentos eu até esqueci que os personagens eram fictícios e fiquei com vontade de assistir seus filmes e conferir suas fotos nas premiações – EU JURO!

Por mais que o título da obra fale sobre seus sete maridos, o foco da história, do início ao fim, é o grande amor da vida de Evelyn: sua esposa! Sim sras. e srs.: SUA ESPOSA!

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo é nada mais do que uma história de amor. Arrebatadora, real, envolta de segredos e obstáculos atenuados pela época em que a trama se passa. É uma história de amor entre esposa e marido, esposa e esposa, entre amigos, entre mãe e filha. É única e puramente uma história de amor.

E eu recomendo de olhos fechados. Dê uma chance para Evelyn Hugo roubar seu coração!

ps: meu casting dos sonhos seria Sofia Vergara e Jéssica Chastain e por incrível que pareça eu imaginei isso enquanto lia, antes de saber que essa já era a opinião de TODA a internet.

Resenha | Verity

“Eu manipulo a verdade quando considero adequado. Sou escritora.” – Verity

Como vocês podem perceber, fui totalmente fisgada pelo fenômeno Colleen Hoover. Depois que postei que havia finalizado a leitura de É Assim Que Acaba e É Assim Que Começa recebi diversas mensagens indicando a leitura de Verity, mais uma obra da autora. E novamente sem ler sinopse ou resenha alguma pulei de cabeça na leitura.

Não sei dizer pra vocês quantos anos faziam desde que não começava e terminava um livro no mesmo dia, ainda mais um livro de 320 páginas. Em nenhum momento quando comecei a leitura hoje pela manhã, imaginei que a noite já estaria com meus miolos na parede e escrevendo uma resenha sobre o livro, mas cá estou.

Verity é completamente diferente das duas obras citadas pela autora no começo desse texto. Eu embarquei na leitura esperando pelo menos algo semelhante a É Assim Que Acaba, porém, me surpreendi tanto que me obriguei a pesquisar o gênero do livro enquanto lia, só pra ter certeza se eu estava lendo direito.

Esse livro não é um romance (bem, ele até traz pitadas de romance, mas ao meu ver o romance fica completamente em segundo plano), mas sim um thriller psicológico, um suspense que te deixa na ponta da cadeira, com os nervos a flor da pele.

O enredo gira em torno da família de uma famosa autora americana, a Verity. Uma família que passou por muitos traumas ao longo dos anos, o mais recente tendo impossibilitado a autora de finalizar sua aclamada série de livros.

Após esse incidente, o marido de Verity, Jeremy, procura outra autora para cumprir o contrato da esposa e finalizar a escrita de sua série de livros. Essa nova autora é nossa protagonista, Lowen, que acaba se mudando para a casa da família por um período para estudar as anotações de Verity e começar a escrever os livros.

Porém, a partir dessa mudança coisas muito suspeitas começam a acontecer. Lowen encontra uma espécie de diário de Verity, revelando seus segredos mais profundos, e nos encontramos entre a cruz e a espada, sem saber realmente em quem ou no que acreditar.

Eu confesso que passei a história toda aguardando um grande plot twist, e ele veio, porém não foi NADA do que eu havia imaginado durante a leitura. Essa foi a história mais perturbadora, revoltante, surpreendente e criativa que eu já li na minha vida, sem nenhuma sombra de dúvidas.

Como já devo ter dito antes, eu cresci lendo apenas ficção e romance e apenas agora estou começando a me aventurar em uma literatura mais “adulta”, digamos assim. Verity é o primeiro livro de suspense que eu leio na vida e talvez por isso eu tenha ficado tão chocada, admirada e boquiaberta quanto fiquei, porém, só posso dizer pra vocês que com certeza foi um dos melhores livros que eu já li na vida e me deixou com muita vontade de mergulhar cada vez mais no gênero.

Já estou fazendo a lista de todos os outros livros da COHO (agora já estou íntima) pra ‘maratonar’ e recomendo do fundo do meu coração que vocês façam o mesmo.

Resenha | É Assim Que Começa

“Você é minha pessoa favorita. Sempre foi. Sempre será. Eu te amo. Amo tudo o que você é.” – É Assim Que Começa

Mal tenho palavras para agradecer o fato de ter lido É Assim Que Acaba depois que sua continuação já havia sido lançada, porque eu não sei o que seria de mim se tivesse que esperar 4 anos para finalmente ter um gostinho de Atlas e Lily.

Vamos lá. Inicialmente, sim, É Assim Que Começa é tão bom quanto seu antecessor, se não melhor. Isso vindo de uma pessoa que não gosta de dramas, tragédias e sofrimento, mas sim que gosta de finais felizes.

Esqueça todo o sofrimento de É Assim Que Acaba, ele não está aqui. Temos sim algumas cenas mais pesadas e tensas, em sua grande maioria envolvendo Ryle, mas o foco da história é majoritariamente o amor entre Atlas e Lily e a forma como suas histórias se entrelaçam após o final do primeiro livro,

É Assim Que Começa tem início quase que imediatamente onde o primeiro livro acabou, após o encontro de Lily e Atlas na rua, onde eles se abraçam e confessam que ainda se amam (pode parar de nadar agora, finalmente chegamos a costa!).

Um fator relevante é que esse livro não é narrado apenas por Lily, mas sim por ela e por Atlas, sendo composto por capítulos revezados entre os dois protagonistas. Isso com certeza dá um toque muito especial a história, já que assim podemos conhecer melhor o Atlas, sua rotina, seus sentimentos e seus dramas pessoais (que são muitos).

Essa é uma história de amor, eterno, genuíno e mais intenso do que tudo. Uma história de amor que começou anos atrás, quando Lily tinha 15 anos e Atlas era sem teto. Uma história de amor que foi interrompida tantas vezes pelo destino, mas que finalmente atingiu seu ápice.

Podemos acompanhar de perto cada etapa dessa nova/antiga relação entre os protagonistas. Ryle aparece mais no começo do livro, incomodando, como sempre, e se mostrando insatisfeito com a relação entre Lily e Atlas. Porém, por uma benção divina, ele quase não aparece mais da metade do livro em diante. A vilã do lado B da história é a mãe de Atlas, que surge do além com uma surpresa bombástica que vira a vida do mocinho de ponta cabeça.

Se você leu É Assim Que Acaba, amou e ficou com um gostinho de quero mais, você PRECISA ler a continuação. E se você leu o primeiro livro, gostou dos personagens mas achou a história pesada demais, aposto que esse aqui vai te agradar. Confia!

Resenha | É Assim Que Acaba

“Nem sempre as verdades nuas e cruas são bonitas.” – É Assim Que Acaba

Quando eu comecei a leitura de É Assim Que Acaba, em uma noite de quinta-feira, eu sabia que o livro era super aclamado nas redes sociais e descobri ao postar um story que metade dos meus seguidores já haviam lido e AMAVAM. E isso era tudo que eu sabia. Não li a sinopse antes de embarcar nessa aventura, para poder descobrir tudo no decorrer da leitura, sem nenhum spoiler sequer. E como isso foi bom.

Em um primeiro momento eu não estava certa se iria gostar do livro, já que estava há quase 3 anos lendo apenas Anne de Green Gables e não estava mais acostumada com o século atual e com romance, porém, no segundo capítulo eu já estava completamente submersa.

Lily Bloom, com seus cabelos ruivos e seus 23 anos, me conquistou de imediato. Não posso falar o mesmo de Ryle Kincaid. No momento em que ele apareceu pela primeira vez, no terraço, chutando cadeiras e socando o ar, eu soube que ele não era boa coisa. Depois de conhecê-lo melhor e ouvir suas ‘verdades nuas e cruas’, tive certeza. Acho que eu simplesmente tenho um radar muito forte para red flags em homens.

É Assim Que Acaba é um livro que aborda tópicos muito delicados desde o começo até o fim, e que com certeza pode acionar muitos gatilhos, então se você tiver problemas lendo sobre relacionamentos abusivos, violência e estupro, recomendo encontrar algo mais leve.

O livro é narrado por Lily, uma jovem como qualquer outra, que trabalha em uma empresa de marketing em Boston e sonha em ser dona de uma floricultura. Sua vida flui normalmente até conhecer Ryle, um neurocirurgião, extremamente gato, que é anti-namoro e deixa bem claro que não pretende casar ou ter filhos, NUNCA (aí, sabe, tenha paciência).

Ao mesmo tempo em que mergulhamos no novo relacionamento de Ryle e Lily, que tem seus altos e baixos e MUITO fogo, conhecemos mais do passado da protagonista, por meio de páginas de seu antigo diário. E é nesse diário que conhecemos ele: Atlas.

Atlas Corrigan foi o primeiro amor de Lily, quando ela tinha 15 anos e ele 18. A jovem sente que essa página da sua vida nunca foi virada, já que Atlas mudou para Boston na época, com a promessa de que um dia a procuraria, e desde então eles nunca mais se viram. É também nesses diários que descobrimos que Lily cresceu em um lar abusivo e que o pai batia na mãe com uma certa frequência.

Com traumas o suficiente em relação ao pai, Lily acaba descobrindo que também está se envolvendo com alguém agressivo após apanhar uma, duas, três vezes de seu amado Ryle. Todas as vezes ele pede perdão, todas as vezes ele estava “irritado e perdeu o controle”, todas as vezes ela passa por um inferno, entre o amor que sente pelo médico e o ódio por não querer ser como a mãe, perdoando algo imperdoável.

No decorrer do livro, Lily extrapola seus próprios limites e é obrigada a traçar novos, precisa tomar decisões extremamente difíceis e dolorosas em relação ao seu relacionamento com Ryle, se reencontra com Atlas, o que vira uma grande confusão e no meio de tudo isso ainda consegue abrir seu próprio negócio. UFA!

Talvez seja novidade para alguns, mas É Assim Que Acaba é inspirado na vida da própria autora, Colleen Hoover. Ela viveu até os 3 anos de idade em um lar onde vivenciava diariamente o pai agredir a mãe, até que a mãe pediu o divórcio e se mudou com as filhas pequenas. Esse livro então demonstra o sofrimento e a força não apenas de Lily, mas de todas as mulheres que vivem em um relacionamento abusivo e precisam encontrar uma forma de salvar suas próprias vidas!

Recomendo a leitura de olhos fechados e já comecei a ler a continuação É Assim Que Começa, que promete ser um romance muito mais leve e gostoso do que seu sucessor!

Resenha | Anne e a Casa dos Sonhos

“Tudo bem, a vida pode ser um vale de lágrimas, mas suponho que algumas pessoas gostam de chorar.” – Anne e a Casa dos Sonhos

Chegamos no quinto livro da coleção Anne de Green Gables, e desta vez Anne está casada, mais madura do que nunca e pronta para viver sua tão sonhada vida em sua perfeita Casa dos Sonhos.

Em Anne e a Casa dos Sonhos, Anne e Gilbert se mudam para Four Winds, uma cidade portuária. Gilbert trabalha como médico no centro da cidade, enquanto Anne passa os dias em sua amável casinha, que fica mais afastada, próxima do farol e do mar.

Nesse local remoto, o jovem casal não conta com muitos vizinhos, se não a jovem Leslie, o experiente capitão Jim, responsável pelo farol da cidade, e a amarga Senhora Cornélia, que tem a maior aversão aos homens e a língua extremamente afiada.

O livro tem início com o belíssimo casamento de Anne, que acontece em Green Gables, seu lar da infância. É um momento marcado por emoção e despedidas, seguido pela partida do casal para sua nova vida. E esse é praticamente o único momento que temos em todo o livro que remete à antiga vida de Anne em Avonlea.

Se em Anne de Windy Poplars já havíamos nos afastado do antigo universo onde Anne viveu na infância, agora, depois de casada e com uma casa só sua, nos afastamos ainda mais. Porém, nossas queridas Marilla e Rachel Lynde visitam a casinha dos sonhos com frequência.

Pela primeira vez, temos uma descrição um pouco mais aprofundada da relação entre Anne e Gilbert, algo que não tivemos desde o começo da história, por mais que os bebês ainda cheguem carregados por uma cegonha (acho hilário como a autora consegue remover toda e qualquer atração carnal de suas descrições, transformando tudo em um perfeito conto de fadas).

Anne chega a sua Casa dos Sonhos aos 25 anos e vive 2 anos de altos e baixos, risos e lágrimas, entre aquelas quatro paredes. Tantas histórias são contadas ao longo desses anos em frente à lareira. Eu acho particularmente incrível assistir a forma como ela consegue construir laços tão intensos em todo lugar que vai e amei acompanhar o desenrolar da sua amizade com os novos personagens desse livro (por mais que eu quisesse estapear a Leslie em alguns momentos).

Os novos personagens são bem peculiares e possuem suas próprias histórias e tramas que vão se desenvolvendo ao longo do livro. Isso dá um ar diferente à história, que deixa de girar unicamente em torno de Anne. Também temos um capítulo inteiro do livro narrado por ele, Gilbert Blythe, o que eu achei muito bacana e acho que poderia ter se repetido mais.

Outro ponto interessante desse livro em questão é o momento sombrio e depressivo pelo qual Anne passa, o que trouxe a história pra mais perto da realidade e mostrou que nem mesmo as pessoas mais felizes conseguem se manter positivas o tempo todo.

Com 27 anos e dois anos inesquecíveis vividos em sua casinha dos sonhos, Anne e Gilbert finalizam as 256 páginas se mudando para uma nova casa, onde com toda certeza serão ainda mais felizes e poderão expandir sua pequena e adorável família.