“Nem sempre as verdades nuas e cruas são bonitas.” – É Assim Que Acaba
Quando eu comecei a leitura de É Assim Que Acaba, em uma noite de quinta-feira, eu sabia que o livro era super aclamado nas redes sociais e descobri ao postar um story que metade dos meus seguidores já haviam lido e AMAVAM. E isso era tudo que eu sabia. Não li a sinopse antes de embarcar nessa aventura, para poder descobrir tudo no decorrer da leitura, sem nenhum spoiler sequer. E como isso foi bom.
Em um primeiro momento eu não estava certa se iria gostar do livro, já que estava há quase 3 anos lendo apenas Anne de Green Gables e não estava mais acostumada com o século atual e com romance, porém, no segundo capítulo eu já estava completamente submersa.
Lily Bloom, com seus cabelos ruivos e seus 23 anos, me conquistou de imediato. Não posso falar o mesmo de Ryle Kincaid. No momento em que ele apareceu pela primeira vez, no terraço, chutando cadeiras e socando o ar, eu soube que ele não era boa coisa. Depois de conhecê-lo melhor e ouvir suas ‘verdades nuas e cruas’, tive certeza. Acho que eu simplesmente tenho um radar muito forte para red flags em homens.
É Assim Que Acaba é um livro que aborda tópicos muito delicados desde o começo até o fim, e que com certeza pode acionar muitos gatilhos, então se você tiver problemas lendo sobre relacionamentos abusivos, violência e estupro, recomendo encontrar algo mais leve.
O livro é narrado por Lily, uma jovem como qualquer outra, que trabalha em uma empresa de marketing em Boston e sonha em ser dona de uma floricultura. Sua vida flui normalmente até conhecer Ryle, um neurocirurgião, extremamente gato, que é anti-namoro e deixa bem claro que não pretende casar ou ter filhos, NUNCA (aí, sabe, tenha paciência).
Ao mesmo tempo em que mergulhamos no novo relacionamento de Ryle e Lily, que tem seus altos e baixos e MUITO fogo, conhecemos mais do passado da protagonista, por meio de páginas de seu antigo diário. E é nesse diário que conhecemos ele: Atlas.
Atlas Corrigan foi o primeiro amor de Lily, quando ela tinha 15 anos e ele 18. A jovem sente que essa página da sua vida nunca foi virada, já que Atlas mudou para Boston na época, com a promessa de que um dia a procuraria, e desde então eles nunca mais se viram. É também nesses diários que descobrimos que Lily cresceu em um lar abusivo e que o pai batia na mãe com uma certa frequência.
Com traumas o suficiente em relação ao pai, Lily acaba descobrindo que também está se envolvendo com alguém agressivo após apanhar uma, duas, três vezes de seu amado Ryle. Todas as vezes ele pede perdão, todas as vezes ele estava “irritado e perdeu o controle”, todas as vezes ela passa por um inferno, entre o amor que sente pelo médico e o ódio por não querer ser como a mãe, perdoando algo imperdoável.
No decorrer do livro, Lily extrapola seus próprios limites e é obrigada a traçar novos, precisa tomar decisões extremamente difíceis e dolorosas em relação ao seu relacionamento com Ryle, se reencontra com Atlas, o que vira uma grande confusão e no meio de tudo isso ainda consegue abrir seu próprio negócio. UFA!
Talvez seja novidade para alguns, mas É Assim Que Acaba é inspirado na vida da própria autora, Colleen Hoover. Ela viveu até os 3 anos de idade em um lar onde vivenciava diariamente o pai agredir a mãe, até que a mãe pediu o divórcio e se mudou com as filhas pequenas. Esse livro então demonstra o sofrimento e a força não apenas de Lily, mas de todas as mulheres que vivem em um relacionamento abusivo e precisam encontrar uma forma de salvar suas próprias vidas!
Recomendo a leitura de olhos fechados e já comecei a ler a continuação É Assim Que Começa, que promete ser um romance muito mais leve e gostoso do que seu sucessor!