Olá! Hoje estou aqui para resenhar um livro que li a décadas atrás, que é um dos meus preferidos e que ainda não resenhei pra vocês, e esse livro, é lógico, é as Crônicas de Nárnia ♥
Eu me lembro muito bem que esse foi o primeiro livro que eu comprei no Submarino, na época paguei 20 reais e fiquei super empolgada porque a maioria das livrarias estava vendendo o mesmo por mais de 100. Enfim, após algum tempo de leitura árdua finalmente finalizei esse livro que estava na minha lista de metas literárias a tanto tempo, e não me arrependi nenhum pouco. Então vamos a história.
Ao contrário do que muitos acham, a história de Nárnia começa no livro O Sobrinho do Mago, e não em O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Nesse primeiro livro, descobrimos como o guarda roupa para Nárnia foi construído, conhecemos os primeiros habitantes do reino, vivenciamos sua criação e vemos seu primeiro rei ser coroado. Também descobrimos de onde surgiu a maldosa rainha branca, o poste de luz que virou marco de encontro dos irmãos Pevensie no filme/livro O leão, a feiticeira e o guarda-roupa e derivados.
Essa crônica em particular me deixou muito magoada com os criadores dos filmes, que por motivos desconhecidos decidiram simplesmente pular uma das melhores e mais esclarecedoras histórias do livro. Como também me fez ver que Nárnia ia muito além do que os filmes podiam nos mostrar, e que a história era realmente algo que valia a pena ser lido. Essa primeira história, é, sem dúvidas, uma das minhas preferidas do livro!
Agora sim, como segunda crônica do livro encontramos O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, parte do livro na qual foi baseado o primeiro filme da saga Crônicas de Nárnia. Nessa crônica, finalmente conhecemos nossos personagens principais, Lucia, Pedro, Edmundo e Susana Pevensie, vemos um pouco das história que já conhecemos a séculos: os irmãos Pevensie vão para uma casa no interior, para se manter longe da guerra que esta ocorrendo em seu país, lá, Lucia encontra nosso tão querido guarda-roupa para Nárnia, e também descobre o novo mundo que esta além dele. Depois disso vem toda a duvida de seus irmãos a respeito de Nárnia, a discórdia é totalmente plantada até o dia em que todos os quatro irmãos finalmente vão para Nárnia seguir seus destinos.
Como de costume, o filme não chega aos pés da história verdadeira, por mais curta que seja. Nessa crônica revemos alguns personagens queridos da primeira, ficamos sabendo o que aconteceu e temos que lidar junto aos irmãos Pevensie com todas as consequências de seus próprios atos e de seus antepassados.
Na terceira crônica somos apresentados a Shasta, um menino que vivia com um pescador na Calormânia. Um dia Shasta descobre que esse pescador que se diz seu pai, na verdade é um exportador de escravos, e pretende vende-lo nos próximos dias. Sabendo disso Shasta resolve fugir da casa do pescador, e é quando enfim conhece Bree, um cavalo de Nárnia, que pensa e fala, como todos os animais de lá, e montado em seu novo amigo ele cavalga rumo a Nárnia e ao Norte.
No caminho Shasta conhece Aravis, uma nobre que também esta fugindo para Nárnia com sua égua Hwin, outro legitimo animal narniano. Mas para chegar a Nárnia, os quatro devem passar pela capital da Calormânia, onde se metem em diversas confusões diferentes, algumas até envolvendo nossos personagens preferidos, Susana e Edmundo. Durante essa parte do livro vemos muito a presença de nosso todo poderoso Aslam, que ajuda nossos personagens principais a passarem por todas as dificuldades.
Esse foi a primeira crônica que eu li que me fez notar que Nárnia não é apenas os Pevensie e o mundinho perfeito ao redor deles, mas também pessoas narnianas sofrendo presas na Calormânia e outros mistérios e perigos do lado de fora do reino.
Nessa história nós conhecemos o jovem Caspian, que foi criado pelo tio, o rei de Telmar. Mas um dia Caspian descobre que na verdade seu falecido pai era o rei legitimo, deixando assim, para ele, a sucessão do trono, mas, quando seu tio finalmente terá um herdeiro, Caspian se encontra em perigo e resolve fugir para Nárnia, reino do qual o mesmo já havia ouvido centenas de histórias. Mas uma coisa havia mudado, a antiga Nárnia, com animais falantes e pensantes, natureza viva e derivados, não existia mais, agora, Nárnia era apenas mais um lugar no mundo. Porém Caspian acreditava nas histórias que ouvia, e decidiu dar um jeito de restaurar o antigo modo de vida de Nárnia. Isso se torna muito mais provável depois que ele encontra muitas criaturas da Nárnia antiga, como animais falantes e anões.
Esse conto particularmente é um dos que eu menos gosto, perdendo apenas para A Cadeira de Prata, creio eu.
Nessa incrível história, que também serviu de base para a criação de um dos filmes da série, Lucia, Edmundo e seu primo rabugento Eustáquio embarcam em uma nova aventura, cheia de emoções e perigos. Os três se encontram a bordo do navio Peregrino da Alvorada, acompanhados de seu velho amigo Príncipe Caspian e sua tripulação. Pelo caminho, eles encontram uma porção de criaturas diferentes e novos lugares, mas pelo caminho para onde? Para o País de Aslam.
Na realidade o objetivo principal da viagem era encontrar os sete fidalgos narnianos que o tio de Caspian havia expulsado de Nárnia, e que haviam supostamente se perdido em alto mar, mas, como nada em Nárnia ocorre exatamente da forma como se planeja, Aslam surge com uma nova oportunidade para seus amigos filhos de Adão.
Esse é literalmente um dos livros mais calmos, e um dos que eu mais gosto. Os mistérios são levados muito mais em conta do que a guerra, e a lógica usada no livro me chamou muita atenção, assim como o uso abundante de características e muita descrição. Como quase todo o livro se passa no navio durante a viagem, é uma leitura rápida e leve, realmente uma das melhores, com muitas criaturas diferentes das que já estamos habituados e etc.
Em A Cadeira de Prata, um dos que eu menos gosto, conhecemos um Eustáquio muito diferente, que foi certamente transformado por suas experiencias no Peregrino da Alvorada. Nesse conto, Eustáquio acaba conhecendo uma garota em sua nova escola, chamada Jill Pole, que é constantemente amedrontada pelos colegas de aula. Como Eustáquio a encontrou chorando, decidiu contar-lhe uma história para ver se a menina se acalmava, e essa história, foi a de sua aventura em Nárnia. Quando a menina finalmente percebe que tudo aquilo é na verdade um fato verídico, eles são forçados pelos colegas “barra pesada” a entrarem em um antigo portão (que esta geralmente trancado, ao contrário dessa vez) nos fundos da escola, que é óbvio, acaba os levando para Nárnia.
Os dois se encontram na beira de um precipício, do qual, acidentalmente, Eustáquio acaba caindo, deixando Jill sozinha para posteriormente receber ordens e regras diretas do próprio “deus” Aslam. As regras são claras, se Eustáquio e Jill quebrarem alguma daquelas ordens, tudo vai pro espaço. Quando Jill encontra Eustáquio ela tenta de todas as maneiras alerta-lo do aviso de Aslam, mas o mesmo esta muito distraído com a partida do rei Caspian para uma nova aventura marítima (o tempo em Nárnia passa de uma forma diferente, então, mesmo tendo se passado apenas um ano para Eustáquio, o rei Caspian já esta a beira da morte). Após ter a primeira ordem de Aslam quebrada, Eustáquio e Jill passam por muitos apuros para conseguirem realizar suas próximas tarefas.
A história ocorre basicamente ao redor disso, o que me deixou um pouco desapontada, já que dessa vez não vimos muita aventura, nem guerra, ou muito menos uma história tão bem detalhada e escrita como a anterior.
Nessa história que se passa 200 anos após A Cadeira de Prata, Nárnia vive com um terrível dilema: por esse longo período de tempo, Aslam nunca mais apareceu para ninguém, seja esse alguém um ser narniano ou um filho de Adão. Pensando em usar esse acontecimento como forma de ter tudo o que queria, o esperto macaco Manhoso decidiu vestir seu amigo Confuso, o jumento, com a pele de um leão morto que eles encontraram na floresta, e assim, fingir que o próprio era o deus Aslam em toda sua magnitude.
Quando fica sabendo das calamidades que o macaco esta fazendo, o rei Tirian corre para Nárnia ver se ainda há algo a ser feito. Imaginem quão grande é sua surpresa ao ver que quem esta matando os animais e cortando as árvores falantes não são os narnianos iludidos pelo macaco, mas sim calormanos. O rei decide pedir por ajuda, e em um sonho acaba tendo a chance de ver todos os filhos de Adão que já pisaram em Nárnia reunidos ao redor de uma mesa, discutindo. Após alguns minutos de sonho, ele acorda, e Jill e Eustáquio, os mais novos do grupo e os únicos que ainda tem idade para visitar Nárnia, estão a sua frente. As coisas só pioram quando Manhoso faz os calormanos acreditarem que Aslam e Tash (o deus dos calormanos) são a mesma criatura, o que causa ira de Tash e o faz realmente aparecer para o seu povo.
Esse é “finalmente” o fim de Nárnia. O que me deixou triste de todos os modos possíveis. Lewis caprichou muito mais do que o normal nesse livro de encerramento, nos deixando com um ótimo fim para Nárnia, pois é, nós tivemos a oportunidade de presenciar o surgimento e o fim de Nárnia, de um jeito único e especial. E mais uma coisa que gostaria de avisa-los: se vocês sofreram, choraram, com qualquer morte/desaparecimento ocorrido em qualquer um dos livros da série, pode ir se acalmando, pois uma das coisas mais fantásticas e maravilhosas da história da literatura ocorre nesse livro, nos dando a chance de descobrir o verdadeiro País de Aslam, e a verdadeira Nárnia.
Nota para esse livro? O que posso dizer? ♥♥♥♥♥ Nárnia tem e sempre terá aquele lugarzinho guardado no meu coração, uma história que sempre vai me emocionar e me cativar, não importa minha idade, crença ou mentalidade. Super recomendo!