Sei que já gravei um mini vídeo pro canal falando como eu me sinto a respeito desse ano que se passou, mas eu sei que me saio muito melhor com palavras escritas, e sei que ainda tenho muito mais coisas pra falar, então aqui estamos, falando sobre 2016.
Eu nunca tive tanto pra falar sobre um ano da minha vida. Até 2015, eu sempre estive na escola, sempre tive um namorado, nunca vivi muitas aventuras e nem me arrisquei a fazer muitas coisas novas. Sempre vivi na zona de conforto e sempre estive bem com isso. Mas 2016 foi diferente, e sou muito grata por isso.
Em 2016 eu resolvi mudar os trilhos da vida, sair da rota pré planejada onde eu deveria sair da escola e entrar na faculdade, e embarcar em uma nova aventura.
Em agosto de 2016 a menina do RS que fala “leite quente” e toma chimarrão todo fim de tarde com a família, a mesma que nunca saiu da casa da mãe, a não ser pra morar com o pai, entrou em um avião pela primeira vez, e embarcou sozinha, pro outro lado do mundo.
Foi difícil me adaptar a tudo. A saudade castiga. Quem vê de fora acha lindo, um sonho, “como ela é sortuda por estar lá”, “não pode reclamar de nada, afinal, muitos gostariam de estar no lugar dela”, “se é pra sofrer que seja nos EUA”, essas são apenas algumas das frases que a gente escuta todo santo dia na nossa vida de estrangeiro.
Mas é tudo uma ilusão. A gente viaja, a gente é feliz por breves finais de semana, por uma semana de férias, pelo tempo que esta com os amigos, mas e o restante? E a vida por trás das fotos? E o choro de madrugada por não sentir que pertence aquele lugar e por sentir que ninguém realmente gosta ou se importa contigo?
E esse papinho de “se é pra sofrer que seja nos EUA”, não meus amigos, a frase correta é “se for pra sofrer, que seja ao lado de quem você ama, pra receber um abraço e uma palavra amiga”, essa sim é a frase certa. E metade das pessoas que “dariam qualquer coisa pra estar no nosso lugar” não aguentariam essa barra nem por metade do tempo que a gente aguenta.
Mas 2016 não foi de todo o ruim. Foi sim um ano de descobertas, um ano de novidades, de sonhos se realizando, de viagens, de crescimento pessoal, de memórias que vão ficar comigo pra sempre, foi um dos melhores anos da minha vida no quesito experiências. Eu sai da zona de conforto, e isso é algo que merece um premio. Mas 2016 também não foi um mar de rosas, e é isso que eu vim trazer pra vocês nesse texto.
Não olhem pra grama do vizinho, aproveitem o que vocês estão vivendo, no momento em que estão vivendo. Eu, Fernanda, e muitas outras au pairs ao redor do país, dariam TUDO, eu disse TUDO pra passar o natal no calor do Brasil comendo uva passa e ouvindo os parentes chatos falando besteira, e trocariam toda a vida americana pra poder abraçar quem a gente ama na virada do ano.
Façam 2017 valer a pena, não importa onde vocês estejam. E qual é o meu objetivo pra esse ano? Começa com B e termina com L, e a sua bandeira é verde e amarela. Logo logo eu to de volta minha terra natal!
Feliz ano novo!
Que textão! Amei e achei suas palavras muito verdadeiras, concordo com o que você disse, as vezes, valorizamos tanto a tal “grama do vizinho” e esquecemos de valorizar as coisas simples que estão ao nosso lado. Beijos e que você tenha um ótimo ano ❤