Sobre 2016

Sei que já gravei um mini vídeo pro canal falando como eu me sinto a respeito desse ano que se passou, mas eu sei que me saio muito melhor com palavras escritas, e sei que ainda tenho muito mais coisas pra falar, então aqui estamos, falando sobre 2016.

Eu nunca tive tanto pra falar sobre um ano da minha vida. Até 2015, eu sempre estive na escola, sempre tive um namorado, nunca vivi muitas aventuras e nem me arrisquei a fazer muitas coisas novas. Sempre vivi na zona de conforto e sempre estive bem com isso. Mas 2016 foi diferente, e sou muito grata por isso.

Em 2016 eu resolvi mudar os trilhos da vida, sair da rota pré planejada onde eu deveria sair da escola e entrar na faculdade, e embarcar em uma nova aventura.

Em agosto de 2016 a menina do RS que fala “leite quente” e toma chimarrão todo fim de tarde com a família, a mesma que nunca saiu da casa da mãe, a não ser pra morar com o pai, entrou em um avião pela primeira vez, e embarcou sozinha, pro outro lado do mundo.

Foi difícil me adaptar a tudo. A saudade castiga. Quem vê de fora acha lindo, um sonho, “como ela é sortuda por estar lá”, “não pode reclamar de nada, afinal, muitos gostariam de estar no lugar dela”, “se é pra sofrer que seja nos EUA”, essas são apenas algumas das frases que a gente escuta todo santo dia na nossa vida de estrangeiro.

Mas é tudo uma ilusão. A gente viaja, a gente é feliz por breves finais de semana, por uma semana de férias, pelo tempo que esta com os amigos, mas e o restante? E a vida por trás das fotos? E o choro de madrugada por não sentir que pertence aquele lugar e por sentir que ninguém realmente gosta ou se importa contigo?

E esse papinho de “se é pra sofrer que seja nos EUA”, não meus amigos, a frase correta é “se for pra sofrer, que seja ao lado de quem você ama, pra receber um abraço e uma palavra amiga”, essa sim é a frase certa. E metade das pessoas que “dariam qualquer coisa pra estar no nosso lugar” não aguentariam essa barra nem por metade do tempo que a gente aguenta.

Mas 2016 não foi de todo o ruim. Foi sim um ano de descobertas, um ano de novidades, de sonhos se realizando, de viagens, de crescimento pessoal, de memórias que vão ficar comigo pra sempre, foi um dos melhores anos da minha vida no quesito experiências. Eu sai da zona de conforto, e isso é algo que merece um premio. Mas 2016 também não foi um mar de rosas, e é isso que eu vim trazer pra vocês nesse texto.

Não olhem pra grama do vizinho, aproveitem o que vocês estão vivendo, no momento em que estão vivendo. Eu, Fernanda, e muitas outras au pairs ao redor do país, dariam TUDO, eu disse TUDO pra passar o natal no calor do Brasil comendo uva passa e ouvindo os parentes chatos falando besteira, e trocariam toda a vida americana pra poder abraçar quem a gente ama na virada do ano.

Façam 2017 valer a pena, não importa onde vocês estejam. E qual é o meu objetivo pra esse ano? Começa com B  e termina com L, e a sua bandeira é verde e amarela. Logo logo eu to de volta minha terra natal!

Feliz ano novo!

Rematch? E agora

Hoje eu vim trazer pra vocês o post mais detalhado possível sobre um assunto que muito interessa a toda e qualquer pessoa que é ou pretende ser au pair: Rematch.

Quando você sai do conforto da sua casa, do abraço daqueles que você ama, quando você desembolsa muitas vezes todo o dinheiro que você tem em algo, você espera receber em troca apenas dor e sofrimento? É claro que não, e é por isso que falar sobre a opção do rematch é tão importante.

Quando nós viemos pra esse país desconhecido, pra morar com pessoas desconhecidas, trabalhar, conviver, depender dessas pessoas pra tudo, muitas vezes não imaginamos a quantia incontável de problemas que podemos ter. Mas infelizmente esses problemas existem, e na maioria dos casos, infelizmente, eles acabam aparecendo, mais cedo ou mais tarde, e depende muito de você saber onde esses problemas passam do seu limite e se tornam insuportáveis.

A vida de au pair não é fácil, não se enganem achando o contrario, existem muitas coisas sim que nós temos que aguentar e seguir de cabeça erguida, porque isso faz parte do que nos disponibilizamos a viver aqui. Ter que cuidar de crianças muito difíceis e não poder repreende-las, pois deve seguir os métodos de educação propostos pelos pais, ter que muitas vezes dar satisfação de onde vai, com quem e quando volta, sendo que na maioria dos casos não fazíamos isso nem com nossos próprios pais, ter horário pra chegar em casa, o famoso toque de recolher, essas são coisas que a maioria das meninas, inclusive eu, tem que vivenciar diariamente, e acreditem, são coisas super normais e aceitáveis.

Então a pergunta é: quando pedir rematch?

Minha primeira dica é: esperem um mês. Se você acabou de chegar na família, e na primeira semana já pensou em pedir rematch por diversos motivos, ESPERE. Existe a grande possibilidade de você estar agindo e pensando com a influencia de um sentimento muito comum entre intercambistas: a homesick. Espere um mês, e se o sentimento continuar, se os motivos continuarem, se você ainda não se sentir melhor e mais confortável, ai sim pense na opção do rematch.

Agora, como eu sei que eu devo pedir rematch?

Existem casos e casos, mas agora vou citar os casos mais graves de rematch, onde muitas vezes as meninas acham que estão exagerando, e muitas vezes não pedem rematch, mesmo tendo todos os motivos para faze-lo.

Pergunte a si mesmo: Eu tenho acesso a alimentação básica? A todos os nutrientes necessários, legumes, pão, alimentos em geral? Eu tenho um quarto privado só pra mim? Eu estou trabalhando mais do que as 45 horas semanais e as 10 horas diárias, sem ganhar extras por isso e sem ter concordado com isso? Eu estou tendo problemas pra estudar ou ter uma vida social devido ao meu schedule? Algo que a família faz ou fala esta te prejudicando de alguma forma, física ou psicologicamente?

Essas perguntas podem parecer bobas, até mesmo estupidas, mas existem centenas de meninas que passam fome, que trabalham feito escravas, que limpam as casas de cabo a rabo, e acham que não estão fazendo mais do que sua obrigação, e isso NÃO É VERDADE.

Essas perguntas a cima, são amostras de motivos óbvios para o pedido de rematch, mas você também pode pedir pelo motivo mais óbvio de todos: EU ESTOU INFELIZ!

No vídeo abaixo eu conto detalhadamente os motivos porque EU pedi o rematch, e o meu motivo principal? EU ESTAVA INFELIZ. A soma de pequenas coisas na minha vida, na minha rotina, e principalmente no meu horário de trabalho, ocasionaram uma homesick monstruosa e uma tristeza gigantesca, e o rematch, esse bixo de sete cabeças, me trouxe luz, paz, aconchego e felicidade.

Sei que esse texto ficou gigante, então provavelmente se você leu ele até agora, é porque esta com a pulga atrás da orelha e não sabe se vale a pena ou não. E eu só tenho mais uma coisa pra te dizer: NINGUÉM nasceu pra sofrer, NINGUÉM sai do aconchego do lar pra ser maltratado, pra passar fome, ou pra ser infeliz. SEMPRE há algo melhor esperando por você. Largue a sua vida nas mãos de Deus, tenha fé, e ele vai colocar cada peça no seu devido lugar.

 

Homesick!

Ola! Tudo bem com vocês?

Hoje eu vim falar sobre uma coisa que muitas pessoas não dão muita atenção, uma palavra que a gente ouve muito antes de deixar o nosso lar, mas acaba ignorando porque jamais seríamos capazes de saber exatamente o que essa palavra significa, sem antes se colocar a prova.

Eu vim falar de Homesick. Pra quem não sabe, homesick é basicamente o sentimento que você tem quando esta longe de casa, e começa a entrar em uma espécie de depressão, tudo te faz ter saudade de casa, tu chora dia e noite e quer pegar o primeiro avião que te leve de volta pras pessoas que tu ama. A melhor definição dessa sensação, na minha opinião, é que existe uma mão, grande e forte, segurando o nosso coração, e você consegue imaginar perfeitamente essa mão apertando e esmagando lentamente o nosso coração, até o peito queimar e os a garganta secar, até sair aquele soluço pesado no meio do choro.

PESADO? É, e era exatamente o que eu queria tentar passar pra vocês. Essa dor, esse sentimento, só é realmente compreendido por quem já passou por essa experiência. Eu tive nas minhas duas primeiras semanas, existem muitas meninas que tem no terceiro mês, ou no fim do primeiro ano, não existe um padrão para se ter homesick, mas a grande maioria das pessoas sempre acabam tendo, infelizmente.

Mas a parte boa disso tudo, é que a homesick passa, você começa a descobrir que pode ser feliz sozinho, que pode arrumar amigos, conhecer lugares e ser feliz sem a presença das pessoas que você ama e das pessoas que estavam sempre ali com você. Você consegue a perceber que não é tão triste assim ficar em casa em um sábado a noite assistindo um filme e ouvindo música, e aprende que ver os snapchats dos seus amigos e ficar imaginando o que a sua mãe esta fazendo, só vai te causar mais dor e sofrimento.

Mas agora preste muita, muita atenção, ELA PASSA, ela realmente passa, eu sei o quanto é difícil ler isso e acreditar, porque quando era comigo, MEU DEUS, eu achei que ficaria daquele jeito pra sempre, e não fiquei.

Boa sorte pra todos vocês que já passaram, estão passando ou ainda passarão por esse transtorno da vida, e sejam felizes!

O que houve, afinal?

Total decepção.

Você olha ao redor e nada te inspira, nada te incentiva a prosseguir, você começa a desanimar com os planos, largar os projetos de mão e colocar os compromissos de lado.

Essa é basicamente a descrição do que venho sentindo nos últimos meses, e uma breve explicação do porque estive tão ausente do canal, do instagram, e principalmente aqui do blog.

Eu desisti da natação, desisti do violão, nunca mais gravei um vídeo, nem abri o Sony Vegas, pra falar a verdade nunca mais abri meu notebook, no máximo sei onde ele está guardado.

A rotina cansativa do trabalho poderia ser minha desculpa, mas sinto que tem algo a mais nesse emaranhado de sentimentos. Estou me divertindo a beça, e nunca fui tão feliz, não pensem o contrário ou julguem minha falta de vontade como tristeza, mas então, o que seria?

Crise existencial? A crise dos 18? Eu vou finalmente começar a duvidar de tudo e de todos? Não sei se é algo que eu gostaria de provar nessa época da minha vida, em que tudo esta tão bom e se encaminhando pro lado certo.

Só queria que existisse um remédinho pra dar um UP na vida, assim eu começaria a aproveitar as oportunidades novamente e voltaria a ativa com vocês, com o intercâmbio e comigo mesma.

Pensei em escrever algo pra me relatar com vocês, e também pedir um help pra ver se alguém já passou por isso e sabe como sair dessa bad hahah

Espero que entendam, um beijo! Amo todos vocês e logo, logo estarei de volta!

Nunca é tarde demais

Eu sou a prova viva de como nós vivemos em um mundo e criamos uma ideia em nossas mentes, de que se não formos ricos, famosos, maravilhosos ou ‘alguém na vida’ antes dos 30, estamos perdidos. Mas muitas coisas provam que não é bem assim.

Muitas vezes pensamos em desistir dos nossos sonhos pois achamos que já é tarde demais pra lutar por eles, mas hoje eu vim dizer pra vocês que não, nunca é tarde demais, sempre é tempo, e sempre será a hora certa pra lutar pelos seus sonhos.

Hoje eu li um texto no facebook, que acendeu uma chama em mim que não brilhava a muito tempo, e que me trouxe a tona todos esses pensamentos e reflexões, de como nós somos jovens, e de quanto tempo ainda temos e quanta estrada ainda percorreremos.

Leiam e reflitam!

“Aos 23, Tina Fey estava trabalhando na YMCA.

Aos 23, Oprah foi demitida do seu primeiro trabalho como repórter.

Aos 24, Stephen King era zelador e vivia em um trailer.

Aos 27, Vincent Van Gogh falhou como missionário e decidiu ir para a escola de arte.

Aos 28, J.K. Rowling era uma mãe solteira suicida vivendo de bolsa auxílio.

Aos 28, Wayne Coyne (da banda The Flaming Lips) era fritadeiro em uma lanchonete.

Aos 30, Harrison Ford era carpinteiro.

Aos 37, Ang Lee era um pai caseiro que trabalhava em bicos.

Julia Child lançou seu primeiro livro de receitas aos 39, e teve seu primeiro programa de culinária aos 51.

Vera Wang falhou ao tentar entrar na equipe olímpica de patinação artística, não conseguiu a posição de editora-chefe na Vogue, e desenhou seu primeiro vestido aos 40.

Stan Lee não lançou sua primeira história em quadrinhos até completar 40 anos.

Alan Rickman desistiu da carreira de design gráfico para prosseguir atuando aos 42.

Samuel L. Jackson não conseguiu seu primeiro papel em um filme até completar 46 anos.

Morgan Freeman estreiou seu primeiro grande filme aos 52 anos.

Kathryn Bigelow apenas alcançou sucesso internacional quando ela fez Guerra ao Terror aos 57 anos.

Grandma Moses não começou sua carreira como pintora até completar 76 anos.

Louise Bourgeois não se tornou uma artista famosa até completar 78 anos.

Seja qual for seu sonho, não é tarde para realizá-lo. Você não é um fracasso por não ter conseguido fama e fortuna aos 21. Quer dizer, está tudo bem mesmo que você nem saiba qual é seu sonho ainda.

Nunca diga a si mesmo que você é velho demais para isto.

Nunca diga a si mesmo que você perdeu a chance.

Nunca diga a si mesmo que você não é bom o suficiente.

Você consegue. Seja lá o que for.”

(post original por Drew Forrester)

12 cartas em 12 meses | Mês 3

Sei que março já passou faz tempo, e que o blog ta quase juntando bolas de feno, mas não queria abandonar  esse projeto por nada, então decidi voltar a escrever essas cartinhas antes do final de abril.

A carta de março é uma carta de agradecimento. Espero que gostem!

“Confesso. A vida esta corrida, difícil, confusa, principalmente nos últimos dias. Mas sempre tento pensar que em todo canto existem pessoas em situações piores, e acabo indo de ‘pessoa reclamando’ para ‘pessoa agradecendo’.

Sei que faz tempo que não dedico um tempo pra isso, pra me ajoelhar e agradecer pela vida, ou pelos novos amigos e pelo fato de estar tão feliz, e fico triste por esse agradecimento ser em forma de carta e não de palavras faladas, mas mesmo assim já é muito melhor do que nada, não é mesmo?

Eu te agradeço pelo sol, o qual eu aprendi a apreciar, e que desde então começou a tocar a minha pele com um toque suave e gentil, me acariciando nas tardes de verão. Mas também agradeço pelo frio, o qual sempre me trás uma alegria fora do normal. Agradeço pelas amizades que foram colocadas no meu caminho, pelas pessoas incríveis que eu venho conhecendo. Eu poderia reclamar por conhecer boas pessoas agora que terei que abandona-las, mas prefiro agradecer, por pelo menos uma vez na vida, poder dizer que tenho amigos.

Eu agradeço pelos sorrisos, pelas gargalhadas e pelos passeios. Agradeço pelos amores que já se foram, mas que somaram de uma forma inimaginável. Agradeço pela família, que mesmo sendo, você sabe, da forma que é, ainda é uma família afinal de contas. Agradeço pelo meu emprego, que também não é o melhor, mas quando visto tantas pessoas na rua em busca de qualquer oportunidade que seja, se torna um emprego de princesa.

Te agradeço pela vida, peço perdão pelos erros, que são muitos, eu sei. Mas quem seriamos nós, seres humanos, sem reclamarmos do que temos? Desejarmos o que o outro tem e desperdiçar o dom que é a vida?

A ti sou extremamente e eternamente grata. Amém!”

 

Ame-se. Liberte-se.

hihh

Quando o mundo fica sem chão, o sol fica sem luz e o céu fica sem cor, olhamos para nós mesmos com olhos que pouco veem. Encontramos defeitos em nós mesmos, que muitas vezes eram do outro, e não nossos, e tudo que sabemos fazer é mergulhar no profundo poço de solidão e melancolia que nós mesmos construímos.

Todo mundo acha ridículo, ri e faz piadas de pessoas com o coração partido, porque alias, que tipo de pessoa dramática entra em depressão ou fica a beira disso por outra pessoa?

Mas ai, meu amigo, chega o dia em que essa dorzinha vai chegar pra te dar um oi. A saudade. Ó, a saudade. Ela é como uma faca afiada, que corta, profunda e vagarosamente. As lembranças reaparecem todos os dias, a todo momento, sua própria mente luta pra te deixar infeliz. Enquanto você luta pra se levantar e pra colocar na cabeça que você é você e não precisa de mais ninguém.

Alias, isso é se amar, não é? Sentir-se 100% completo, cheio, preenchido, sem a ajuda ou a presença de alguém. Se olhar no espelho e ver que aquela pessoa merece toda a felicidade do mundo, e que não importa quantas sejam as lembranças boas, as ruins foram fortes o suficiente pra fazer acontecer o que aconteceu.

Um coração partido não pode dar conselhos a outro, mas se minha palavra vale de algo, erga a cabeça, foque no seu maior objetivo, no seu maior sonho, e corra atrás dele, como se nada e nem ninguém pudesse te impedir de alcança-lo, e como se você não precisasse de ninguém pra te ajudar. Porque no fim das contas, meu amor, você não precisa.

 

12 Cartas em 12 Meses | Mês 2

mlmm

TEMA: Uma carta para um personagem fictício.

“Querida Rachel,

Eu sempre sonhei em sentar frente a frente com você e ter uma longa conversa sobre nosso sonhos e sobre como era bom superar os obstáculos, lutar por eles e conquista-los, mas como isso nunca foi possível, resolvi escrever essa carta pra expressar tudo que eu sinto e fingir ter uma conversa agradável com você.

Sempre admirei muito a sua personalidade e o seu jeito de ser, o modo como você é 100% focada e centrada no que quer, e como luta com todas as forças para conseguir essas coisas. Parabéns por ser a pessoa que você, e por nunca ter se deixado abalar ou colocar pra baixo por todas as coisas ruins que os outros te diziam.

Eu super entendo esse nosso probleminha de superioridade e de controle de tudo e todos, sempre tive o mesmo problema, essa vontade louca de fazer tudo do meu jeito, porque é claro, do nosso jeito é SEMPRE melhor hahah

Eu também canto, assim como você, é claro que não tenho nem metade do talento que você tem, quem me dera, mas é uma paixão que eu carrego comigo bem guardadinha desde pequena. Sempre fui meio tímida em relação a isso, ouvi muitas críticas e resolvi me calar. Sei que você jamais fez isso, e jamais faria, mas isso tudo foi mais forte que eu e eu não pude evitar me calar após ouvir tanta coisa negativa.

Mas você quer saber o que realmente fez com que eu me identificasse tanto com você? A nossa aparência. A coisa menos importante, que deveria passar despercebida no meio de uma personalidade e um talento tão puro, mas que todo mundo nota, e acaba fazendo piada de mal gosto ou falando coisas inúteis. É que fica difícil quando isso esta bem no meio do nosso rosto, não é mesmo? Aquela vez em que você tentou fazer a cirurgia plástica, eu super te apoiei e te entendi, porque todos ao meu redor falam a mesma coisa que os seus amigos lhe falaram, que era loucura, que eu sou única como sou, pois é, eles só falam isso porque o deles é perfeito. Minha ideia de mudar o meu ainda persiste, sei que você é a pessoa que conseguiria me fazer mudar de ideia, depois de tudo que passou e tudo o que lutou, mas como não podemos conversar, as coisas ficarão assim mesmo.

Eu sempre me prolongo muito nas minhas cartas e me demoro nas conclusões, mas nessa tentarei ser diferente. Eu te escolhi pra escrever essa carta, pois sempre te admirei, e espero um dia poder ser 1/3 do que você sempre foi, e suportar tudo o que você suportou de cabeça erguida.

Meus parabéns pela pessoa que você é, pelo seu talento, sua força, sua perseverança, mas principalmente por lutar por aquilo que você ama, e por todo o seu amor nisso.

Um beijo, e nos encontramos por ai!”

  • Carta escrita a Rachel Berry, protagonista da série Glee.

 

12 Cartas em 12 Meses | Mês 1

mlmm

Tema: Uma carta para você no passado, há dez anos atrás.

“Querida Fernanda, tudo bem com você?

Não se pergunte como eu sei o seu nome, ou tantas coisas sobre sua vida e sobre sua família, porque no final tudo ficará devidamente explicado.

Minha função hoje, é vir de bem, mas bem longe mesmo, falar com você, ter um papo de amigas, e te ensinar coisas que podem parecer inúteis agora, mas que quando você tiver a minha idade, vai ver o quão necessárias elas eram.

Hoje você tem 8 anos, mal começou a escola, mal fez novos amigos, ainda não sabe quem vai ser seu amigo de verdade e quem não, mas na verdade nem pensa muito nisso, você aproveita a sua infância, brinca, corre, e eu me orgulho muito disso em você, da inocência e da pureza de ser apenas a criança que você é. Você esta de parabéns pela criança que  você se tornou, meio teimosa, meio birrenta, mas em 90% do tempo, a melhor criança que uma mãe poderia querer ter como filha.

Como por agora você está em uma ótima situação, meu conselho e suporte pra você é mais direcionado aos anos que ainda estão por vir. Sua pré-adolescencia, até você ter a idade que tenho agora, 18 anos.

Dê valor a sua família, passe tempo com eles, grave cada minuto e aproveite cada instante, porque a saudade, ah, a saudade, é um sentimento que você não pode afastar, que te corrói, que te destrói, e o arrependimento do tempo que você passar longe da sua família, do tempo que você passar trancada no quarto apenas sendo uma adolescente rebelde, também não vai passar, e a cada memória do passado e cada saudade você vai pensar “por que eu não aproveitei mais?” e a resposta vai ser sempre “porque eu não quis”.

Amigos vão e vem, e vai por mim, eles não vão estar ali por você quando você precisar, essas pessoas que você conhece e convive agora, na escola, você só vai ouvir notícias delas, e suas melhores amigas? Não vão nem lembrar seu nome, ou das conversas que vocês tinham.

Então, baseado nisso, sempre preserve o amor e o afeto a família. Ah! Visite o papai, ele te ama, ele te quer por perto, ele sente a tua falta, não é culpa dele não saber demonstrar isso, ele é só.. você sabe, um homem complicado. Mas depois não vai adiantar chorar sobre o tempo perdido, e nem perceber que quando for embora, não terá lembranças com ele para contar. Abrace, ignore os erros, esqueça o dinheiro, a ganância, demonstre afeto, mude!

Amizades e relacinamentos são como plantas, devem sempre ser regadas, cultivadas e muito bem cuidadas para continuarem dando frutos, então não se esqueça de fazer isso, e não será a menina solitária de 17 anos que passa o intervalo dormindo na sala de aula. Parece triste, não é mesmo? Se quiser se afastar dessa realidade, meu conselho é, quando namorar, não se afaste dos amigos, não os distancie, porque quem sabe um dia nesse breve período de tempo, você ainda precise deles pra te fazer companhia.

Sei que já falei demais, mas sei que você ama ler e que vai ler tudo isso com muito amor e carinho, e que vai gostar do que esta lendo, como gosta de praticamente tudo. Então, além de todas as coisas ditas anteriormente, jamais se esqueça de AMAR, por favor, me prometa isso, ame seus irmãos, aproveite o tempo com eles, veja os primeiros passos, as primeiras palavras, abrace quando for preciso, agradeça a sua mãe, aliás, ela é o seu anjo na Terra, passe tempo em família, pois eles formam as melhores lembranças e geram os melhores sentimentos.

Adeus e tenha uma boa vida, se não por você, por mim, obrigado! Ah e quem eu sou? Eu sou você, só que com uma bagagem muito maior.”

Todos Contra UM

book-girly-inspiration-book-memories-photo-Favim.com-219969Um belo dia acordei com vontade de tirar os sonhos da caixinha, coloca-los em prática, fazer com que a vida deixasse de ser um filme do qual eu nem sou a diretora, e então sai e gritei aos sete cantos o quanto eu sonhava alto e o quanto eu amava a vida.

E o resultado de todo aquele barulho foram pessoas negativas, pessoas pelas quais vocês só sente amor, que nunca desejou o mal, essas pessoas te sufocam, sufocam seus sonhos, te colocam pra baixo, te dizem não, criam histórias e suposições e chegam a conclusão de que sua vida será uma desilusão sem fim e de que o melhor jeito é o jeito deles.

O jeito deles é ficar quietinho, evitar mover o mundo, evitar mover a vida, deixar aquele fluxo planejado pela sociedade ir te levando, diretamente da escola para a faculdade, mesmo que você não saiba o curso que quer, depois para um emprego infeliz, porque aliás, se a faculdade em si já era infeliz, como exercer aquilo que aprendeu seria algo bom, não é mesmo? E ai a vida se passa, ano após ano, em um sobradinho no centro da cidade, aquela mesma cidade, que você sonhou tanto em deixar pra trás, como a sua cidade natal, mas não a que você ainda vive depois de anos. E esse é o plano bem traçado e seguro que o mundo joga sobre você. Uma história a qual você não se interessa nem um pouco em ler o final, uma história chata, um livro tão entediante que poderia simplesmente ser abandonado no fundo de uma prateleira mofada.

Se a sua vida fosse um livro, você o leria? Esse é o pensamento que deve nos guiar, cada decisão, cada escolha, cada luta, cada adversidade e cada pedra, ou pessoa no caminho, isso tudo vai formar um bom capitulo nesse livro? Se sim, não pense duas vezes, se jogue. Um bom autor não se inspira em livros mofados, livros que nunca nem sequer foram lidos. Um bom autor, escreve a própria história.